Com o aumento das fiscalizações, número de apreensões triplicou
e não há local para manter os animais
Com o aumento das apreensões, o Ibama está enfrentando um problema de super lotação no centro de triagem. Além de apertado, o local onde ficam os animais recolhidos é inadequado e o mesmo usado há mais de 20 anos.
Os animais que chegam ao local, em geral, foram vítimas do tráfico de animais silvestres, do comércio ilegal nas feiras livres, sofreram maus-tratos e alguns viveram durante anos em cativeiro. Mas, nem depois de resgatados eles conseguiram o tratamento adequado.
Ao chegar no centro de triagem de animais silvestres do Ibama, eles encontraram pouco espaço, muito aperto e instalações inadequadas para a recuperação. “Uma vez que se olhe e veja que o espaço é inadequado por ser no meio da cidade, que nós sabemos que não é bom, e que seja pequeno, mesmo assim, estamos conseguindo fazer um trabalho bem feito”, destaca Edson Andrade, biólogo do Centro de Triagem do Ibama.
Oito papagaios da Amazônia, apreendidos com traficantes, dividem a mesma gaiola. O aperto é regra geral. As jandaias também não escaparam e há bichos maiores nos pequenos cubículos.
A quantidade de animais aumentou tanto que foi preciso improvisar um espaço do lado de fora do centro de triagem. Lá estão 70 saguis à espera da hora de voltar para casa. Enquanto esse dia não chega, eles se juntam a outros inquilinos da superlotação cada vez maior.
O problema é que as apreensões se multiplicaram com a atuação das brigadas ambientais dos municípios da Região Metropolitana do Recife (PE)o espaço é o mesmo de 22 anos atrás. Antes, 3 mil animais passavam pelo centro de triagem por ano. Em 2010, o número saltou para 9 mil.
Técnicos do Ibama definiram o local ideal para levar todos estes moradores: uma área da Prefeitura do Recife, ao lado do Jardim Botânico, onde funcionava o incinerador da empresa de limpeza urbana. Só falta agora a liberação do endereço.
“Precisamos que as autoridades do Estado e do município também percebam que é uma responsabilidade governamental e que precisa haver essa parceria. É um investimento muito grande que nós temos, que vai desde tratadores, pessoa de limpeza, biólogo, veterinário, medicação, alimentação. Então, realmente, precisa de uma parceria grande para que nós possamos compartilhar as responsabilidades”, afirma Ana Paula Pontes, superintendente do Ibama.
Caso a situação não for resolvida, a direção do Ibama estuda até uma medida radical: parar de receber os animais apreendidos.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Meio Ambiente do Recife informou que já houve uma conversa com o Ibama sobre a doação do terreno, mas que a negociação ainda está no começo.
Fonte: NE TV