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Humanidade produz 8,3 bilhões de toneladas métricas de plástico

23 de julho de 2017
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A maior parte do plástico está em aterros sanitários ou na natureza, de acordo com um estudo publicado na revista Science Advances.

Resíduos plásticos
Foto: Jenna Jambeck/University of Georgia

Conduzido por uma equipe de cientistas da University of Georgia, the University of California, Santa Barbara and Sea Education Association, o estudo é a primeira análise global da produção, utilização e destino de todos os plásticos já produzidos.

Os pesquisadores descobriram que, até 2015, os seres humanos haviam gerado 8,3 bilhões de toneladas métricas de plásticos e 6,3 bilhões de toneladas já se tornaram resíduos. Desse total, apenas 9% foram reciclados, 12% foram incinerados e 79% se acumularam em aterros sanitários ou no meio ambiente.

Se esse ritmo continuar, aproximadamente 12 bilhões de toneladas métricas de resíduos plásticos estarão em aterros ou na natureza até 2050. Doze bilhões de toneladas são em torno de 35 mil vezes mais pesadas do que o Empire State Building.

“A maioria dos plásticos não se biodegrada em nenhum sentido significativo, de maneira que os desperdícios de plástico que os humanos criaram podem permanecer conosco durante centenas ou até mesmo milhares de anos”, afirmou Jenna Jambeck, coautora de estudo e professora associada de engenharia da UGA.

“Nossas estimativas ressaltam a necessidade de pensar criticamente sobre os materiais que utilizamos e nossas práticas de controle de resíduos”, acrescentou.

Os cientistas compilaram estatísticas de produção de resinas, fibras e aditivos de várias fontes da indústria e as sintetizaram conforme o tipo e o consumo, segundo o Phys.

A produção global de plásticos aumentou de dois milhões de toneladas em 1950 para mais de 400 milhões de toneladas em 2015, apontou a pesquisa, ultrapassando a maioria dos outros materiais artificiais. As exceções são os materiais amplamente utilizados pelo setor de construção, como aço e cimento.

Porém, enquanto o aço e o cimento são usados principalmente para a construção, o maior mercado de plásticos é o setor de embalagens e grande parte dos produtos é usada uma vez e descartada.

“Aproximadamente metade de todo o aço que fabricamos entra na construção, por isso terá décadas de uso – o plástico é o oposto. Metade de todos os plásticos se torna resíduo após quatro ou menos anos de utilização”, explicou Roland Geyer, principal autor do trabalho e professor associado da Bren School of Environmental Science and Management, da UCSB.

O ritmo da produção de plástico não mostra sinais de queda. Do total de plásticos produzidos de 1950 a 2015, cerca de metade foi criada nos últimos 13 anos.

“O que estamos tentando fazer é criar as bases para o controle sustentável de materiais. Simplificando, você não consegue administrar o que não mede e acreditamos que as discussões sobre políticas serão mais informadas e baseadas em fatos agora que temos esses números”, disse Geyer.

A mesma equipe de especialistas liderou um estudo de 2015 publicado na revista Science que calculou a magnitude dos resíduos plásticos no oceano. Eles estimaram que oito milhões de toneladas métricas acabaram nos oceanos em 2010.

“Há pessoas vivas hoje que se lembram de um mundo sem plásticos. Porém, eles se tornaram tão onipresentes que você não pode ir a outro local sem encontrar resíduos em nosso meio, incluindo nos oceanos”, ressaltou Jambeck.

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