Por Natalia Cesana (da Redação)

Devido à pressão de ativistas em defesa dos direitos animais, a Hong Kong Airlines concordou em parar com o transporte de golfinhos vivos nos aviões da companhia.

A decisão vem exatamente seis dias depois que a campanha “Salvem Misty, o golfinho”, que circulou pelas redes sociais, divulgou petição online que pedia o fim do lucro conseguido à custa do sofrimento dos golfinhos da região de Taiji, no Japão. Até aquele momento, 6.400 pessoas já haviam assinado.

“Como se acredita que transportes desta natureza podem resultar em danos à vida selvagem, a Hong Kong Airlines proibirá imediatamente tais transferências”, afirma o comunicado distribuído pela empresa.

“Certamente é uma boa notícia para o mundo que a Hong Kong Airlines deixe de lado sua participação na sangrenta indústria do cativeiro de golfinhos”, disse Mark Palmer, diretor associado do Instituto de Mamíferos Marinhos.

A companhia recebeu quase US$ 110 mil para transportar cinco golfinhos vivos do Japão ao Vietnã, em 16 de janeiro.
Na última semana, uma fotografia  e um memorando interno, em que a empresa se vangloriava com o valor recebido pelo transporte, vazaram.

“É a primeira vez que a Hong Kong Airlines transportava esse tipo de animal em sua história”, dizia o documento. “A taxa de utilização do B733F [um tipo de avião] cresceu devido a este voo e conseguimos uma receita extra de HKD 850 mil [cerca de US$ 110 mil]. Com esta experiência, a Hong Kong Airlines conseguirá se desenvolver nos negócios.”

Os ativistas animais argumentam que provavelmente os animais tenham sido capturados no litoral de Taiji, conhecido pela matança de animais.

Alegando razões comerciais, a companhia aérea se recusou a dizer de onde os golfinhos vieram e para onde exatamente foram enviados. Outras fontes afirmam, entretanto, que eles teriam sido mandados para um aquário no Vietnã.

Palmer destaca a rapidez com que os ativistas conseguiram deter os planos da empresa e considera essa como uma ‘grande vitória’. “Este é um ótimo exemplo do tipo de ação que tem acontecido pelo mundo em favor dos golfinhos”, disse. “Quando você ganha exposição na imprensa e coloca tudo em dólares, as empresa tendem a reagir rapidamente. Nós vimos na semana o que aconteceu com o caso da Amazon que vendia produtos feitos com carne de baleia.”

Palmer diz ainda que espera que as companhias aéreas pensem duas vezes antes de aceitar esse tipo de negócio.