Os três homens presos com um bicho-preguiça na mochila na saída do Parque Lage, na Zona Sul do Rio, na quinta-feira (2), registraram toda a ação na mata do lugar durante a captura do animal. As imagens estavam no celular de um deles.
O animal chegou a ser levado para uma área de mata na Zona Sul no fim da manhã desta sexta-feira (3) para ser reintegrado à natureza, mas, por apresentar um comportamento de estresse, especialistas do Instituto Vida Livre preferiram levá-lo de volta para que fique em observação e passe por mais exames. A previsão é soltá-lo na segunda (6).
As imagens mostram Tiago Junio Moreira da Silva, Afonso Ferreira da Silva e Jhony da Souza Aurélio caminhando pela mata. Depois, eles avistam a preguiça e a retiram da árvore com a ajuda de um pedaço de madeira para tentar derrubar o animal. No fim, eles exibem o animal no chão. Eles riem e um deles comemora.
“Olha o caçador de tesouro”, disse.
Em depoimento à Polícia Civil, Afonso disse que a ideia do grupo era vender o animal em uma feira frequentada pelos três em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e depois dividir o dinheiro.
A feira já foi alvo de várias ações de combate à venda de animais silvestres.
Exames e cavalinho de pelúcia
O bicho-preguiça passou por uma série de exames na manhã desta sexta-feira (3) no instituto onde está sendo cuidado, no Jardim Botânico.
O animal recebeu um cavalinho de pelúcia usado para dar conforto e evitar que estranhasse o ambiente. Trata-se de uma fêmea que ganhou nome: Glória.
O bicho-preguiça está bem de saúde e tem seis meses de idade.
Denúncias
A Polícia Militar já vinha recebendo denúncias de sequestro de animais silvestres dentro do parque e no Jardim Botânico, que fica próximo, e passou a monitorar a região. Os agentes do programa Segurança Presente suspeitaram dos três e, quando fizeram a abordagem, encontraram o bicho-preguiça dentro da mochila.
Com os três foi encontrada uma medicação que Afonso afirmou que pertencia a um tio e negou que tenha sido usada para dopar o animal.
Os três presos foram levados para a 14ª DP (Leblon). Uma Patrulha Ambiental foi acionada para cuidar do bicho-preguiça.
No depoimento, Afonso afirmou que mora no bairro Jardim 25 de Agosto, em Duque de Caxias, e que está habituado a capturar pássaros desde pequeno. E que, há dois anos, passou a caçar e comercializar macacos para serem vendidos. Ele confessou que também vende tartarugas e aves silvestres.
Ele afirmou ainda que o grupo buscava macacos-prego, mas não encontraram o animal. Quando viram a preguiça em uma árvore, decidiram levá-la.
Fonte: G1