Na semana passada, ao voltar a sua casa na cidade maranhense de Trizidela do Vale depois de 20 dias abrigado com parentes, o barbeiro André Janssen de Morais, de 29 anos, encontrou além da lama e da sujeira deixadas pela enchente, um jacaré morando em seu quintal.
“Tinha mais de um metro de comprimento”, diz Morais, que vive na casa com a mulher e os dois filhos, de quatro e dois anos.”Ele entrou por cima da cerca, quando tudo estava inundado. Quando a água começou a baixar, acabou preso no quintal, não conseguia mais sair.”Para conseguir tirar o animal de casa, Morais precisou da ajuda de quatro vizinhos. O barbeiro diz que nem pensou em chamar os bombeiros para remover o jacaré.”Agora, depois da enchente, é comum encontrar jacarés e cobras por aqui”, afirma.
RendaDurante o período em que sua casa esteve inundada, com água até a metade das paredes, Morais e a família se hospedaram com parentes no interior do município.Segundo ele, toda a renda da família, em torno de R$ 800 por mês, vem da barbearia que funciona na parte da frente de sua casa.Para sobreviver sem o salário, contaram com a ajuda dos familiares e as cestas básicas doadas às vítimas das enchentes. Morais calcula que levará seis meses para retomar o movimento normal de sua barbearia.”Nem sei como a gente está sobrevivendo em uma situação dessas.”
Fonte: O Globo