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Homem suspeito de adotar e matar gatos é investigado pela polícia

2 de março de 2012
4 min. de leitura
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(Foto: Reprodução/Notícia Animal)

O Setor de Proteção aos Animais e Meio Ambiente da Polícia Civil de Campinas (SEPAMA) investiga o caso de um homem suspeito de adotar gatos com a finalidade de exterminá-los. Até o momento, sabe-se que Edom da Silva Abreu adotou quatro gatos no município, além de outros dois em Itatiba e 16 em São Paulo, segundo informações da delegada titular do SEPAMA, Rosana Mortari. Edom prestou depoimento na delegacia nesta terça-feira, 28/02, alegando que parte dos animais veio a óbito por motivos de doenças e outra parte teria sido doada para pessoas que prestaram serviços a ele em outro estado. O suspeito informou à delegada que não tem o contato ou o endereço destes prestadores de serviço para informar o paradeiro dos gatos doados.

As suspeitas começaram a ser levantadas pela ONG campineira Grupo de Apoio ao Animal de Rua (GAAR), que doou os felinos a Abreu em novembro de 2011. Poucos dias depois da adoção, a entidade recebeu e-mails de diversos protetores de animais que foram procurados pelo mesmo homem que manifestava interesse em adotar mais gatos. As ativistas da entidade entraram em contato com o adotante para entender melhor a situação e verificar as condições dos quatro felinos doados. As voluntárias Marisa Nunes Galvão e Rosana OCampos agendaram uma visita na casa de Abreu, mas foram recepcionadas pela esposa dele, que informou que o marido não se encontrava. A mulher autorizou a entrada das ativistas na residência, mas elas verificaram que nenhum dos quatro gatos doados estava no local. “Havia apenas dois gatos na casa presos no banheiro. Mas não eram os felinos doados pelo GAAR. A esposa do Sr. Edom disse que os animais foram levados para a casa de um parente em São Caetano do Sul. O relato se contradisse com um contato prévio que fizemos com Edom, quando ele disse que apenas dois dos gatos doados pelo GAAR foram transferidos de cidade”, relatou Rosana OCampos.

No dia 09/12 a entidade, respaldada pelo Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (CMPDA), solicitou a devolução dos gatos, uma vez que Abreu teria desrespeitado o termo assinado no ato da adoção, que pedia para a entidade ser comunicada em casos de transferência dos animais para outras localidades. Caso não o fizesse, o GAAR prestaria queixas à polícia. No mesmo dia, Abreu comunicou a entidade que os animais haviam morrido por doenças comprovadas em laudos. Nos dias subsequentes, a entidade teve conhecimento de que Edom teria procurado novamente outras ONGs para adotar mais gatos e registrou um Boletim de Ocorrência (BO) junto ao 10º DP solicitando que o caso fosse averiguado.

Por conta das dúvidas levantadas acerca das reais intenções do Sr. Edom com os animais, protetores independentes e ONGs de Campinas foram alertadas para terem cautela no ato da adoção. O homem então teria recorrido a outras cidades, como Itatiba e São Paulo, para adquirir mais felinos.

Durante o depoimento prestado no SEPAMA, Abreu alegou que os quatro gatos adotados junto ao GAAR haviam morrido por rinotraqueite. Os laudos de óbito foram emitidos pela veterinária Cibele Tristão de Souza, que será ouvida posteriormente pela polícia para atestar a legitimidade dos documentos. Abreu relatou ainda que os dois gatos doados pela ativista de Itatiba, Lisia Braida, também vieram a óbito. “Desta vez, o argumento dele era de que os animais estavam com muitos vermes e tiveram um quadro grave de diarreia. A protetora responsável pela adoção, porém, disse que os animais estavam perfeitamente saudáveis e vermifugados”, informa a delegada Rosana. Lisia prestará seu depoimento à polícia na semana que vem. Já em relação aos 16 animais adotados em São Paulo, Abreu alega que “três morreram, sendo dois por pneumonia e um por rinotraqueite, embora ele não tenha o laudo de necropsia destes animais”, diz a delegada. Os outros 13 ele teria levado para uma fazenda em outro estado para doar para pessoas que prestaram serviços esporádicos e às quais ele não mantém contato. “É uma situação muito suspeita e as investigações prosseguirão”, declara Rosana.

O SEPAMA deve ouvir nos próximos dias a esposa do Sr. Edom da Silva Abreu, a veterinária responsável pelo laudo de óbito dos gatos doados pelo GAAR e os ativistas da causa animal que doaram gatos ou que foram procurados pelo suspeito para uma possível adoção.

Embora o caso ainda esteja carente de evidências comprometedoras, as suspeitas investigadas pela polícia são muitas. Elas variam desde a possibilidade do comércio ilegal de sangue até o uso dos gatos para alimentação de grandes felinos. Não descarta-se ainda a possibilidade do envio destes animais para centros de pesquisa. Mas enquanto as investigações prosseguem, toda teoria ainda é meramente especulativa.

Fonte: Notícia Animal

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