Um comerciante do município gaúcho de Canoas (RS) apresentou-se como o suposto tutor do cavalo Caramelo, que ficou quatro dias em um telhado durante a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em maio passado. Sérgio Padilha, envolvido na compra e venda de sucata e animais, esteve no Hospital Veterinário da Ulbra, onde o animal se recupera, para tentar reavê-lo, mas não conseguiu comprovar que detém a guarda dele. Atualmente, Caramelo permanece nas instalações da instituição de ensino.
Padilha descreveu o cavalo como uma mercadoria, afirmando que o comprou para que suas crianças pudessem montá-lo, pois ele é “bem manso”.
“Comprei ele e acabou ficando para as crianças montarem, porque ele é bem manso. Nem daria pra vender ele, pois tentei por R$ 2 mil e ninguém quis”, disse Padilha, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Sua fala objetificadora e mercantilista revela uma visão deturpada dos animais, reduzindo-os a objetos de entretenimento e lucro. Ao expor a dificuldade de vendê-lo, demonstrou uma mentalidade que coloca o valor financeiro acima do bem-estar e dos direitos do animal.
O fato de Padilha admitir não possuir documentos que atestem sua tutela sobre Caramelo evidencia uma negligência preocupante em relação à responsabilidade sobre o cavalo. Sua promessa de providenciar a documentação necessária é insuficiente para compensar o descuido demonstrado até o momento.
Além disso, a intenção declarada por Padilha de vender Caramelo é alarmante e contrária aos princípios básicos dos direitos animais. A ideia de leiloar o animal para ajudar sua vila e recuperar prejuízos pessoais revela uma falta de compreensão sobre a complexidade das necessidades e dos direitos dos animais. Eles não devem ser tratados como recursos financeiros para solucionar problemas humanos.
Em vez de serem vistos como propriedade descartável, os animais merecem respeito, cuidado e consideração de seus tutores. É fundamental que medidas adequadas sejam tomadas para garantir o bem-estar contínuo de Caramelo, incluindo sua tutela por indivíduos capazes de oferecer um ambiente seguro e amoroso, sem a intenção de explorá-lo financeiramente.