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ESTADOS UNIDOS

Homem que vendia dentes e ossos de baleia importados se diz culpado por tráfico de animais

14 de abril de 2025
2 min. de leitura
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Foto: Wikimedia Commons

Em julgamento na última semana, um morador da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, se declarou culpado da acusação de importar e revender partes de baleia obtidas ilegalmente. De acordo com as autoridades responsáveis pelo caso, na casa de Lauren DeLoach, de 69 anos, foram encontrados itens como dentes e ossos da baleia cachalote (Physeter macrocephalus).

Considerada a maior espécie de baleia dentada, os cachalotes são encontrados em todos os oceanos profundos, desde o Equador até a borda da camada de gelo no Ártico e na Antártida. As fêmeas podem atingir até 12 metros de comprimento, enquanto os machos chegam a 16 metros, indica a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).

No tribunal, DeLoach admitiu ter comprado o material em pelo menos 30 remessas vindas da Austrália, Letônia, Noruega e Ucrânia, entre julho de 2022 e setembro de 2024. A partir desse estoque, ele então teria comercializado cerca de 85 itens via eBay, em transições avaliadas em mais de R$ 106 mil.

Além disso, nas buscas por sua residência, a polícia ainda apreendeu um estoque em partes de cachalotes equivalente a R$ 117 mil no mercado paralelo. Por mais que não tenha ficado claro como DeLoach obteve os itens e quem os comprou dele, sabe-se que os dentes e os ossos são valorizados para decoração ou uso em obras de arte, como gravuras e esculturas.

Proteção ambiental

Nos EUA, os cachalotes são protegidos pela Lei de Espécies Ameaçadas de Extinção desde 1970 e pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção. A Lei Lacey também torna ilegal a venda de qualquer animal selvagem importado ilegalmente.

“O tráfico ilegal de animais selvagens é um negócio global multibilionário que coloca em risco animais protegidos e alimenta o crime organizado”, disse Brook Andrews, procurador-geral da Carolina do Sul, ao jornal The New York Times. “Continuaremos a aplicar as leis existentes para que espécies vulneráveis, como a cachalote, não sejam mortas e vendidas em partes”.

Procurado pelo portal USA Today, Nathan Williams, advogado de DeLoach, afirmou que o seu cliente lamenta muito por suas decisões, e que elas não representam o seu caráter. Ao assumir a responsabilidade por tais atos, o homem espera que o episódio possa ser deixado para trás o quanto antes.

Em razão da sequência de crimes cometidos, espera-se que o americano possa enfrentar até cinco anos de prisão. Também é possível que ele tenha que pagar uma multa salgada de US$ 250 mil (aproximadamente R$ 1,5 milhão) pela acusação de crime previsto na Lei Lacey, e tenha uma pena máxima de um ano de prisão pela violação da Lei de Proteção aos Mamíferos Marinhos.

Fonte: Galileu

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