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MENTALIDADE OBSCURA

Homem que capturou orca Lolita e a vendeu para aquário afirma que não se arrepende

28 de agosto de 2023
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Paul Hennessy / Alamy Stock Photo

O homem responsável pela captura da famosa orca em cativeiro, conhecida como Tokitae ou Lolita, expressa ausência de arrependimentos diante de seu falecimento. Ted Griffin, reconhecido por ser pioneiro na captura de orcas do oceano, compartilhou sua perspectiva em meio a memórias de décadas passadas. Durante os anos 1960 e 1970, Griffin liderou operações de captura desses animais, prática que suscitou desaprovação pública e culminou em sua aposentadoria em 1972. Essas orcas capturadas eram destinadas a parques marinhos ou aquários, porém muitas pereceram no mar, enquanto tentavam resgatar seus entes queridos das redes. Atualmente, aos 87 anos, Griffin relembra o dia em que Tokitae e cerca de 100 outras orcas foram capturadas em redes no noroeste do Pacífico.

“Certamente recordo aquele dia”, disse Griffin horas após o falecimento da orca, conforme relatado pelo Seattle Times. “Não lamento as atividades realizadas.” No entanto, ele adicionou que lamenta as mortes das baleias durante as capturas, destacando a ausência delas nos dias atuais.

A captura de Tokitae remonta a 8 de agosto de 1970, quando ela foi aprisionada em Penn Cove, Whidbey Island, nas proximidades de Seattle, com apenas quatro anos de idade. Tokitae residia junto à mãe e outros membros do L-Pod, uma das unidades de orcas do Mar Salish. Enquanto algumas orcas capturadas nesse dia foram soltas das redes, nove delas foram separadas de suas famílias e comercializadas para parques marinhos e aquários.

Ativistas há muito tempo defendiam a libertação de Tokitae. Griffin revelou que ela era mais dócil em comparação a outras baleias capturadas, possivelmente devido à sua idade e tamanho. “Não estou afirmando que ela cooperou. Entretanto, ao contrário de algumas baleias que são incrivelmente resistentes, ela não resistiu tão fortemente”, relatou.

Após ser adquirida por aproximadamente US$ 6.000 pelo Miami Seaquarium, Tokitae foi transportada em um caminhão usando uma tipóia até o aeroporto e, posteriormente, para o aquário. Lá, passou os 52 anos seguintes em uma piscina, realizando truques para visitantes pagantes. No ano passado, a orca se aposentou das apresentações e ativistas esperavam levá-la de volta ao mar, mais especificamente a um recinto nas águas de sua região de origem, o Puget Sound. Essa mudança poderia ter possibilitado algum tipo de contato com seu grupo familiar, caso a orca tivesse sobrevivido o suficiente para a implementação do plano.

A morte de Tokitae foi anunciada em 18 de agosto. De acordo com o comunicado do Miami Seaquarium, nos últimos dois dias de sua vida, ela exibiu “sérios sinais de desconforto”, o que levou a um tratamento médico “imediato e agressivo”. Contudo, mesmo com os melhores cuidados médicos disponíveis, ela faleceu na tarde da sexta-feira, devido a um problema renal, conforme relatou um porta-voz. Este também enalteceu a orca como uma “inspiração” e um “espírito belo”.

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