(da Redação)
Um crime bárbaro abalou os moradores de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador (BA), neste final de semana. Um homem esfaqueou e matou uma cadela, na frente de três crianças que imploraram para que o criminoso não machucasse o animal. Mesmo socorrida numa clínica, a cadela não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois.
Segundo a tutora, o homem é conhecido como Marcelo e estaria namorando sua filha. Ela ainda informou ao veterinário que o acusado não gostava da cadela, pois todas as vezes que ela o via começava a latir. Além disso, o crime teria sido premeditado, pois o agressor teve tempo suficiente para ir à cozinha, pegar um facão e desferir o golpe na cadelinha.
De acordo com o médico veterinário Disley Neves, que fez o atendimento de emergência, por volta das 21h da quinta-feira (12), uma família deu entrada na clínica com a cadela de 15kg, SRD (sem raça definida), pelo curto, tigrada, apresentando uma lesão aberta na altura do omoplata, com 20 centímetros de comprimento e 15cm de profundidade, sangrando muito.
O corte foi agressivo, aberto por facão e provocou derrame na cavidade toráxica do animal, ocasionando hemotórax irreversível. Segundo o veterinário, a cadela entrou em choque hipovolêmico por hemorragia, levando-a ao estado de letargia.
Justiça
“Ele é um monstro, sem contar que, por diversas vezes, na ausência dos tutores, dava chutes nos animais e falou que tinha um facão pronto pra cortar a cabeça deles – dito e feito”, denunciou uma testemunha que prefere não se identificar, pois o criminoso é apontado pelos vizinhos como uma pessoa agressiva e perigosa.
O crime foi denunciado à advogada e vereadora por Salvador, Ana Rita Tavares (PV), eleita para a Câmara Municipal da capital com a bandeira de defesa animal. Ela já distribuiu notícia crime contra o acusado no Juizado Especial Criminal de Lauro de Freitas. O acusado vai responder pelo crime de maus-tratos contra animais, previsto na Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), que no seu artigo 32 prevê pena de três meses a um ano de detenção, mais multa.
Como a pena é muito branda, a vereadora Ana Rita diz que ainda vai formalizar uma Representação contra o agressor, junto à Promotoria da Infância e da Juventude, pelo fato de o crime ter sido praticado na presença de três crianças, que estão chocadas e inconsoláveis com a cena.
“Além disso, ele será réu em uma queixa cível para que faça a reparação do dano moral coletivo, já que houve grande repercussão social. Por mais que eu conheça a realidade de maus-tratos praticados contra os animais, em mais de uma década de ativismo, estou muito chocada com esse caso”, diz a vereadora do PV.