Um homem fugiu com um filhote da raça Border Collie, chamado Baião de Dois, em uma pet shop e centro de adoção na região dos Jardins, em São Paulo, após discordar do valor cobrado pelo estabelecimento para concluir o processo de adoção. O caso aconteceu na sexta-feira (07/11).
Segundo funcionários da Vica Pet Shop e Centro de Adoção, o homem pediu para ver o filhote enquanto estava acompanhado de outro cachorro da mesma raça e, assim que teve o cãozinho nos braços, saiu correndo. de acordo com o proprietário da loja, o gerente teve o nariz quebrado e um técnico de manutenção teria sido atropelado ao tentar impedir a saída do suspeito, sofrendo uma fratura na perna.
A atitude do homem foi precipitada e violenta, e os feridos precisaram ser assistidos. No entanto, o caso desperta compreensão quanto ao motivo de sua revolta. A “taxa de adoção” cobrada pelo estabelecimento, que pode ultrapassar R$ 500, além da obrigatoriedade de castração no local, cujo preço anunciado no site é de R$ 710 para anestesia injetável e de R$ 2.500 para anestesia inalatória, mas o valor varia também conforme peso e sexo do animal.
Embora a pet shop afirme que “a taxa não é pelo animal, mas pelos cuidados veterinários, estrutura e protocolos”, os valores são significativamente superiores aos praticados em centros de zoonoses municipais, que não possuem taxas, e abrigos independentes.
A cobrança de valores elevados para adoção é um obstáculo direto à saída de animais de abrigos para lares responsáveis. É consenso entre especialistas que cães e gatos precisam ser vacinados, testados e castrados, procedimentos essenciais para sua saúde e para o controle populacional. Entretanto, o ideal seria oferecer esses serviços de forma opcional, como fazem muitos centros públicos, onde o adotante pode realizar os cuidados no próprio local ou em clínicas de sua confiança, desde que se comprometa por escrito.
Ao atrelar a adoção a pagamentos elevados e obrigatórios, o processo deixa de priorizar o bem-estar do animal e passa a excluir famílias de menor renda, justamente aquelas que poderiam oferecer afeto, cuidado e um lar estável. Na prática, milhares de cães e gatos permanecem em abrigos por meses ou anos devido a barreiras econômicas, enquanto a população animal abandonada só cresce.
No sábado (08/11), o advogado do homem compareceu ao 1º Distrito Policial de Campos do Jordão, onde Baião de Dois foi devolvido em bom estado de saúde. O caso foi registrado como ocorrência não criminal e o filhote foi adotado um amigo do dono da pet shop, que vive em um sítio na cidade.