Mauro Claro de Oliveira, um ajudante geral de 36 anos, dedica seu tempo livre para distribuir cobertores e ração a animais de rua em Guarujá, no litoral paulista.
Mauro mora no bairro Vila Edna, e há três anos divulga nas redes sociais suas ações para ajudar animais sem lar. Na última semana, marcada pelo intenso frio causado por uma frente fria, seguida de uma massa polar, que fez com que várias cidades batessem recordes de temperaturas baixas, ele ajudou mais de 20 animais a se protegerem do frio.
Em entrevista ao G1, Oliveira explicou que há três anos resgatou um animal ferido e pediu ajuda a vários veterinários da cidade onde mora, mas todos recusaram. Foi aí que um amigo recomendou que Mauro realizasse postagens nas redes sociais em busca de auxílio. O apoio foi tamanho que Mauro passou a registrar todas suas atividades.
“Antes eu ajudava e não postava nada, mas uma vez postei a foto de um cachorro debilitado e consegui ajuda, tratei e doei. Depois disso, continuei postando e alimentando os que estão à minha volta. Alguns dá para resgatar, outros não, porque não tenho estrutura, então a melhor forma de ajudar que encontrei foi essa”, conta.
Sem ter condições financeiras para ajudar todos os animais onde mora diariamente, Oliveira realiza a alimentação, que por vezes é paga pelo seu próprio bolso, nos fins de semana, dividindo um saco de ração em porções e distribuindo entre os animais.
Ocasionalmente, Mauro recolhe cachorros em condições mais graves, quando estão machucados ou sofrendo de doenças, como sarna. Atualmente, ele abriga cinco cachorros, quatro deles vieram da rua.
“A divulgação nas redes sociais também é boa para incentivar as pessoas. Às vezes você está passando e um carinho, uma ração, já ajudam. É tão simples, mas para eles vale muito”.
Frio extremo
A massa de frio polar que afetou o país nas últimas semanas de julho, fez com que Mauro dedicasse grande parte de seu tempo recolhendo doações de cobertores e cobrindo os animais que dormiam na rua. Além de ração e cobertores, ele também recebe a doação de remédios e alimentos, como carne moída, todos direcionados aos cuidados dos animais.
O ajudante geral afirmou que já procurou por apoio de canis da região, mas que muitas vezes sequer era atendido, e quando o atendimento acontecia, o excesso de burocracia afetava o quanto os abrigos podiam contribuir para causa, decidindo continuar por conta própria.
“É muito gratificante, fico feliz em poder ajudar. Não tem preço você chegar com a ração e o cobertor e ver os cães abanando o rabo de felicidade. É muito simples, eu sei, mas para eles é muito importante, eles já até me reconhecem de longe quando chego”, afirmou Mauro.