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Holanda não vai proibir uso do termo “carne vegetal”

26 de dezembro de 2019
3 min. de leitura
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Cresce oferta de alternativas à carne nos mercados da Holanda | Pixabay

Em carta enviada ao Parlamento Europeu esta semana, o ministro Bruno Bruins declarou que a Holanda não vai proibir o uso de termos como “carne vegetal”, “hambúrguer”, “schnitzel” e “linguiça” ou “salsicha” em referência a produtos à base de plantas. Com isso a Holanda se opõe à proposta que está tramitando na União Europeia, e que tem sido interpretada pela indústria de alternativas à carne como resultado do lobby da agropecuária.

No Plano de Ação para Rotulagem de Alimentos (Actieplan Etikettering van Levensmiddelen) publicado na segunda-feira (23), Bruins, que é responsável pelo Ministério da Saúde, Bem-Estar e Esportes da Holanda, defendeu que há espaço pra todo mundo, e que a única exigência a ser feita é que quando um produto for de origem vegetal é preciso deixar isso claro. No mais, não há qualquer problema em relação “às carnes à base de plantas”.

A organização ProVeg Holanda, que atua na popularização e maior circulação de produtos à base de plantas e entregou à UE um abaixo-assinado com 70 mil assinaturas contra a proibição, parabenizou o governo holandês pelo seu posicionamento: “Estamos satisfeitos que o governo holandês endosse que a indústria de carne não tem o direito exclusivo de palavras como ‘hambúrguer’ e ’linguiça’”, declarou.

Deputado defende proibição no Brasil

No Brasil, o deputado federal Nelson Barbudo (PSL-MT) defende proposta semelhante. Segundo Barbudo, a palavra “carne” deve ser exclusivamente reservada a todos os tecidos comestíveis “de espécies de açougue, englobando as massas musculares, com ou sem base óssea, gorduras, miúdos, sangue e vísceras, podendo ser in natura ou processados”. Por isso o deputado quer proibir o uso da palavra carne em embalagens, rótulos e publicidade de alimentos de origem não animal.

“A terminologia “carne” vem sendo utilizada de maneira equivocada pela grande mídia e pela população, de forma geral, em produtos como ‘carne de laboratório’, feita através de células-tronco de músculos de bovinos, ‘carne’, ‘picadinho’ e ‘filé’ de soja, originalmente a proteína texturizada do grão, ‘carne de jaca’, feita com a própria polpa da fruta (Artocarpus heterophyllus), entre diversos outros exemplos”, reclama Nelson Barbudo.

E acrescenta: “Além de criar uma concorrência dos produtos de origem vegetal com os de origem animal, o consumidor é induzido a crer que, ao adquirir um produto de origem vegetal, está ingerindo alimento similar à carne quando, na verdade, está ingerindo extratos, polpas de frutas e etc., que não possuem o mesmo caráter nutricional.”


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