Explorados pela indústria de pele, visons estão sendo mortos na Holanda. No último final de semana, o governo iniciou a matança. Cerca de 10 mil animais da espécie, confinados em cativeiro, serão mortos. Uma entidade de proteção animal tentou salvar a vida dos visons, mas não obteve êxito.
O governo holandês argumenta que os visons, também conhecidos como “minques”, devem ser mortos porque teriam transmitido Covid-19 para dois humanos. Segundo informações do G1, a suspeita é que os visons tenham transmitido a doença após serem contaminados por um trabalhador rural em abril.
Através das redes sociais, a Animal Rights Netherlands lamentou a atitude do governo. “No início desta manhã [sábado, 6 de junho], o assassinato de filhotes de mink e de suas mães começou em Deurne [cidade holandesa]”, escreveu.
A entidade revelou que 10 fazendas de criação de visons serão alvo da matança após a ONG perder “um processo judicial para interromper os assassinatos”. A Animal Rights pediu o fechamento das fazendas e a preservação da vida dos animais, mas teve seu pedido negado. A indústria holandesa que explora visons, condenando-os a extremo sofrimento para fabricação de casacos e cílios postiços, tem ordem para encerrar as atividades até 2024 – a determinação partiu do Parlamento da Holanda em 2013.
A entidade discorda do prazo e também da liberação para que, após processo de desinfecção, as fazendas reiniciem os trabalhos, criando mais animais da espécie. “E se houver outro surto de corona novamente no próximo ano? Eles vão matar todos os animais de novo? Queremos que as fazendas de vison sejam fechadas AGORA e não em 2024!”, reforçou a ONG.
Mamíferos do gênero Mustela, os visons são explorados em cerca de 128 fazendas na Holanda. Entre abril e maio, as fêmeas dão à luz cinco ou seis filhotes, condenados, assim como suas mães, a imenso sofrimento. Em novembro, os bebês são mortos. Suas peles são usadas para produzir roupas, acessórios e cílios postiços.
Os holandeses, no entanto, não são os únicos a matar esses animais. Dados da Reuters indicam que outros 24 países permitem a exploração da espécie. São 60 milhões de visons mortos anualmente pela China, Dinamarca e Polônia, países considerados os maiores produtores de pele de vison.