Um hipopótamo foi assassinado por agricultores de arroz e pescadores no noroeste da Nigéria, em uma caçada que durou várias semanas.

O hipopótamo se tornou alvo de perseguição após matar acidentalmente um pescador enquanto defendia seu território. Em vez de buscar uma solução ética, como sua realocação, as autoridades de Yauri, no estado de Kebbi, o mataram friamente.

O assassinato desse hipopótamo foi conduzido por homens munidos de lanças artesanais. O corpo dele foi levado para o palácio de um líder local, onde sua carne distribuída para a comunidade.

Atualmente, a população de hipopótamos na Nigéria está em declínio acentuado, com cerca de 100 indivíduos restantes, a maioria deles vivendo em áreas de conservação. Essa espécie está na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o que torna cada morte um golpe para a biodiversidade e a proteção.

“Esta é uma espécie ameaçada, e fiquei triste quando vi o vídeo das pessoas comemorando após sua morte”, disse Isyaku Abdullahi, ativista pelos direitos animais e fundador da Iniciativa Voz Africana pelos Animais da Nigéria, à BBC. “O que as pessoas de Yauri deveriam ter feito era relatar o caso às autoridades competentes, que capturariam e transportariam o animal para outro local.”

Ele afirmou que as comunidades rurais, especialmente em lugares como o estado de Kebbi, onde há vários rios e lagos, precisam ser informadas sobre a maneira certa e sem crueldade para lidar com grandes mamíferos.

Os hipopótamos são o terceiro maior mamífero terrestre, herbívoros e seus dentes podem atingir até 50,8 centímetros de comprimento. Apesar de seu tamanho, também podem atingir velocidades de até 32 quilômetros por hora.

Nota da Redação: a morte do hipopótamo é profundamente lamentável. Hipopótamos são seres pacíficos e a decisão das autoridades de ordenar a execução dele, em vez de optar por sua captura e relocação, evidencia a falta de estratégias mais humanas e menos violentas para lidar com essas situações, o que agrava ainda mais a situação das espécies em risco.

É inaceitável que a resposta imediata a um encontro entre humanos e animais selvagens seja a violência, especialmente quando existem alternativas viáveis, como a relocação para áreas seguras. O hipopótamo-comum já está na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), e cada morte representa uma perda irreparável para a biodiversidade africana.