O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vetou nesta segunda-feira (16) o projeto de lei que permitiria o enterro de animais domésticos em cemitérios municipais. De autoria dos vereadores Goulart (PSD) e Roberto Tripoli (PV), o projeto foi aprovado na Câmara, em sessão realizada em 13 de novembro.
Na data, Haddad tinha dito que iria vetar tal lei. Ele afirmou ter conversado com o arcebispo metropolitano Dom Odilo Scherer sobre o assunto. “Eu entendo que para muita gente pode parecer uma coisa de menor importância, mas para aqueles que entendem que ali é solo sagrado, você tem que ter um certo respeito à religiosidade das pessoas.”
Entre as razões apresentadas pelo prefeito no Diário Oficial desta terça (17), ele aponta a inexistência de estudos técnicos sobre esse tipo de sepultamento e seus custos. “A implementação da proposta acarretaria a necessidade de adoção de inúmeras providências por parte dos cemitérios municipais, consistentes na adaptação de sua estrutura física, disponibilização de recursos humanos e materiais e muitas outras ações de caráter administrativo, burocrático e operacional.”
Haddad também disse que o Serviço Funerário foi consultado e mostrou-se contrário ao projeto. “[O órgão] apontou a atual escassez de vagas até mesmo para o cumprimento de sua atividade-fim –o sepultamento de cadáveres humanos nos cemitérios municipais –, bem como a dificuldade de aquisição de novas áreas adequadas a essa destinação essencial.”
Em maio, Roberto Tripoli justificou a iniciativa apontando a importância dos animais domésticos. “São considerados membros das famílias humanas, principalmente os cães e gatos, com os quais as pessoas mantêm estreitos vínculos afetivos”, afirmou. “Quando um deles vem a falecer, além do extremo sofrimento da perda, as pessoas em geral se desesperam sem saber para onde destinar o cadáver.”
Fonte: G1.