O guizo é um acessório bastante comum em coleiras para gatos. Muito utilizado como forma do tutor saber sempre quando seu gatinho se aproxima ou até mesmo para localizar o animal quando não se sabe onde ele está.
O objeto aparentemente inofensivo e útil, é na verdade inoportuno para para os animais, devido ao barulho constante que que persegue-os na natureza silenciosa. Segundo a médica veterinária Fernanda Ambrosino, o item impede que o animal expresse um comportamento que, para ele, é natural: ser silencioso.
“É necessário compreender por que o guizo os estressa. Os gatos são caçadores e toda sua anatomia é feita para que sejam silenciosos, as almofadas das patas, por exemplo, abafam qualquer som. Por isso, o guizo é tão incômodo para eles”, explica.
Em casos mais extremos, o acessório pode gerar surdez no animal, embora não seja assim tão grave, a veterinária alerta que sim, o barulho constante pode causar danos a mais ao tímpano. As informações do portal Canal de Pet.
“O sistema auditivo dos gatos é tão complexo quanto o dos humanos, então, podemos pensar nos danos que a exposição frequente a sons altos podem causar às pessoas, a lógica é a mesma para os felinos”, diz.
O ruído elevado e constante acaba originando uma deterioração significativa do aparelho auditivo do animal.
Perdendo o sono
Os gatos dormem boa parte do dia e toda vez que o animal se move durante o sono é emitido um ruído pelo acessório, se levar em consideração que a audição dele é muito superior a do ser humano, para eles isso é um barulho ensurdecedor.
“Dormir faz parte do comportamento dos gatos e o guizo os incomoda nesse momento, pois esses animais têm uma audição muito sensível, chegando a ouvir entre 60 Hz a 65.000 Hz, enquanto os humanos ouvem em média de 20 Hz a 20.000 Hz”, exemplifica Fernanda.
Além disso, a coleira com guizo pode ocasionar estresse, deixando os animais mais propensos ao desenvolvimento de doenças, como depressão e ansiedade.
“Além disso, ele poderá ter quedas nas defesas do sistema imunológico, o que deixará o pet mais suscetível às infecções. O cortisol (hormônio do estresse), dependendo de sua concentração ou tempo de duração do evento, possui características imunossupressoras. Dessa forma, o animal fica mais propenso ao desenvolvimento de doenças”, conta a veterinária.
Poderá apresentar alterações gastrointestinais (vômito, diarreia, perda de apetite), problemas dermatológicos (exacerbação de dermatopatias alérgicas e psicogênicas), de sistema imunológico e cardiovascular, o que evidencia o impacto do estresse na vida dos animais de estimação.
Ao notar os sintomas de estresse, elimine ou minimize ao máximo a causa do problema.
“O tutor deverá buscar ajuda do médico veterinário para que seja possível avaliar a melhor estratégia de acordo com a rotina do felino. O tratamento para o estresse engloba desde a mudança do manejo, uso de feromônios, alteração na rotina do pet, entre outros”, explica a profissional.
Problemas à venda na pet shop
Muitos tutores continuam comprando coleiras com o acessório para esses animais domésticos, por falta de conhecimento.
“O médico veterinário deve sempre ser consultado pelos tutores em caso de dúvida. O profissional vai orientar o que é mais indicado considerando a rotina e comportamento do animal”, esclarece Fernanda.