Atrair atenção em meio aos latidos de cães de diversas raças e tamanhos foi uma tarefa bastante complicada para a guia de turismo Andrea Dias Longuinho. A cena curiosa ocorreu na manhã do último domingo ( 24), quando um grupo de 32 tutores, acompanhados de seus animais, percorreu a região central num city tour batizado de ‘Cãonhecendo São Paulo’. Entre pausas para matar a sede da cachorrada e olhares atentos de quem encontrava a inusitada aglomeração, as pessoas ouviam relatos históricos e observavam pontos como a Praça da República, o Teatro Municipal, o Viaduto do Chá e os edifícios Copan e Martinelli.
O percurso, de 5 quilômetros, foi vencido em duas horas e meia. Dois adestradores tinham a função de segurar guias e coleiras enquanto os tutores entravam na Igreja de São Francisco e na Catedral da Sé, os dois locais aos quais houve visitação. Ali, evidentemente, cães não foram permitidos.
Esse foi o primeiro roteiro urbano organizado pelo portal Turismo 4 Patas, especializado em excursões com animais. Segundo a proprietária da empresa, Larissa Rios, atividades assim são indicadas para quem quer aproveitar viagens e momentos de diversão ao ar livre “ao lado de seus melhores amigos”. Visitas a praias, trilhas ecológicas e atrações radicais, como o rafting, constam na lista dos eventos promovidos por Larissa. “Além de olhar atentamente a cidade, vim para sociabilizar a Valentina”, contou a turismóloga Giovana Cortinolle, que estava acompanhada da golden retriever de 4 meses. Giovana dirigiu de Sorocaba, a 99 quilômetros de São Paulo, para participar da caminhada. Entre os totós, alguns eram assíduos em passeios do gênero, como o vira-lata Luigi. Adotado pela professora de inglês Maria Carolina Ferrari quando ainda era um filhote, ele fez sete passeios ao longo de seus 3 anos.
Diante do número considerado satisfatório de participantes — que desembolsaram 70 reais por pessoa e 40 reais por animal —, a Turismo 4 Patas pretende repetir o roteiro a cada dois ou três meses e colocá-lo em seu calendário fixo. No fim, cãezinhos e companhia retornaram ao ponto de partida, a Matilha Cultural, na Rua Rego Freitas, na Vila Buarque. Lá, a despedida deu direito a um almoço vegano (apenas com alimentos de origem vegetal). Enquanto os tutores recuperavam as energias, as exaustas mascotes descansavam em um lounge, sob a supervisão de monitores.
Fonte: Veja SP