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ARTIGO

Vozes silenciadas na guerra: os animais silvestres resgatados e sua luta por sobrevivência

26 de outubro de 2023
Thayara Nadal
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Em meio ao caos, à tristeza e à devastação dos conflitos armados, os animais são extremamente afetados. O resgate de animais domésticos e de animais em situação de fazenda possui suas dificuldades porque normalmente conta com a colaboração do Governo e da sociedade civil organizada.

Infelizmente, os animais silvestres são os últimos a serem priorizados em situações em que há necessidade de resgate. Estes indivíduos que compartilham seus territórios com a brutalidade da guerra são vítimas silenciosas e frequentemente esquecidas.

Animais silvestres são afetados de maneiras inimagináveis pelos estragos da guerra. Com seus habitats destruídos e famílias separadas, eles enfrentam desafios assustadores. Muitas vezes, os animais são deslocados de suas casas naturais, feridos por armas de fogo ou encurralados em áreas de combate. No entanto, suas histórias são uma demonstração incrível e triste de sobrevivência em meio à adversidade.

Algumas organizações e indivíduos dedicados trabalham incansavelmente para resgatar, reabilitar e proteger animais silvestres em zonas de conflito. Eles arriscam suas próprias vidas para garantir que esses animais estejam em segurança. Esse trabalho conta com operações de resgate, clínicas veterinárias de campanha e santuários para proteger nossos amigos peludos, escamosos e emplumados.

Além do resgate, os animais silvestres precisam de alojamento para a reabilitação, recuperação e, muitas vezes, alojamento permanente porque não há possibilidade de reinserção em seus habitats naturais. Esses alojamentos normalmente são santuários e os animais são abrigados próximos a seus habitats naturais. No caso do atual conflito na área da Palestina, muitos animais estão sendo encaminhados para santuários na Jordânia e em outros países vizinhos. Existe até um santuário para morcegos em Israel.

A recuperação de animais silvestres resgatados pode ser um processo longo e desafiador. Muitos deles sofrem traumas físicos e psicológicos que requerem cuidados especializados, tempo e paciência. Para uma visão ampla de como os animais estão vulneráveis em situações de guerra, recomendo o texto fantástico escrito na coluna do site O Eco: Quando os animais também são vítimas das guerras.

Existem santuários próximos a zonas de guerra para onde os animais são encaminhados e tratados da forma que merecem para conseguir superar os traumas, com dedicação, cuidado e carinho. O alojamento em santuários permite que os animais que foram resgatados tenham uma segunda chance de viver com dignidade mesmo que não haja a possibilidade de retornar para seus habitats.

As histórias de animais silvestres resgatados em zonas de guerra nos lembram da importância de conservar a vida silvestre e proteger os habitats naturais. Segundo relatório publicado pela União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), os conflitos armados estão colocando em risco 219 espécies de animais ameaçados de extinção. Esse risco também nos faz refletir sobre a necessidade de buscar soluções pacíficas para os conflitos, a fim de preservar não apenas nossa humanidade, mas também a riqueza da biodiversidade que compartilha nosso planeta.

Em um mundo onde a brutalidade da guerra afeta não apenas os humanos, mas também os mais vulneráveis entre nós, essas histórias de esperança e resiliência são um testemunho de que, mesmo nas situações mais sombrias, o amor e a compaixão podem florescer. Os animais silvestres resgatados são verdadeiros heróis silenciosos que merecem nosso respeito e admiração. Suas histórias continuam a ecoar, lembrando-nos de que a empatia é uma força poderosa que pode transcender as fronteiras da espécie.

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