Por Natalia Cesana (da Redação)
Ativistas pelos direitos animais estão alvoroçados com a determinação dada pela Corte de Monroe, em Michigan (EUA), para que três pit bulls, apreendidos de uma rinha de cachorros em março, sejam sacrificados, segundo informou o jornal Toledo Blade.
Após um período de quatro meses de disputa sobre o destino dos animais, o juiz Jack Vitale determinou que os cães sejam mortos no início desta semana. Os promotores do caso defenderam a eutanásia, contra duas organizações de resgate animal, a Fundação Buster e a Sociedade de Prevenção à Crueldade Animal de Monroe, que exortaram que os pitbulls precisavam ser salvos.
Depois de ouvir o testemunho de uma profissional que estuda o comportamento animal, o juiz concluiu que os pit bulls Monroe, Reilly e Dusty constituem uma “ameaça à saúde pública” e devem ser sacrificados. A decisão, entretanto, não terá efeito em duas semanas e os grupos em defesa dos animais prometeram entrar com recurso.
Enquanto isso, quase 30 representantes da regional da SPCA de Monroe, da Fundação Buster, de grupos de resgate e outras entidades protestaram na quinta-feira, dia 28 de julho. Os ativistas seguravam cartazes com os dizeres “Punição às pessoas e não aos cachorros” e “Parem com os assassinatos”. Eles disseram que pretendem manter a pressão sobre as autoridades até que as regras de eutanásia sejam derrubadas.
“Não é justo que esses caras deem uma sentença de morte por algo que os cachorros não fizeram. Eles são vítimas das circunstâncias”, disse Christina Faulk, voluntária de resgates.
Os cães foram apreendidos pelas autoridades estaduais e locais depois de uma batida em uma rinha. A polícia descreveu a ação como sendo a maior operação contra rinha de cachorro da história do condado. Desde então, 27 pessoas foram incriminadas no caso e outras tantas aguardam julgamento.
A decisão pela eutanásia dos três pitbulls foi largamente influenciada pelas avaliações de comportamento realizadas pela veterinária Katherine Houpt, da Universidade de Cornell. Ela concluiu que os cães, agora sob os cuidados do Departamento de Controle Animal de Monroe, têm potencial para prejudicar crianças e outros animais se soltos em ambientes públicos.
A presidente da SPCA de Monroe, Trina Stillwagon, junto a outros ativistas, disse durante o protesto que contesta o parecer da veterinária. Trina, que tomou conta dos pitbulls com o auxílio da Fundação Buster por mais de um mês até que eles fossem levados para o abrigo público, disse que as organizações têm suas próprias avaliações sobre os animais e que eles não são perigosos. A presidente da SPCA acusa Katherine Houpt de inépcia ao lidar com os cães durante os testes de temperamento e de injustiça. Ela afirma ainda que os pitbulls deveriam ser entregues à SPCA para que assim eles possam ser colocados para adoção.
“Eles não são cães gressivos e possuem tudo que procuramos num cachorro quando adotamos”, disse Trina.
O promotor assitente, Michael Brown, zombou das críticas de Trina Stillwagon à Katherine Houpt. “Ela é uma professora aposentada da Universidade de Cornell, uma das mais respeitadas em comportamento animal… quais qualificações estas pessoas têm para criticar a avaliação feita? A posição da Corte é que não podemos arriscar que uma criança seja ferida no futuro por estes cachorros. O juiz ouviu todas as evidências e considerou que o testemunho da Sra. Katherine Houpt eram convincentes”, afirmou.
A diretora do Departamente de Controle Animal, Linda Benson, disse que concorda que os três pitbulls são agressivos e que deveriam ser sacrificados. Ela acusou a SPCA-Monroe e a Fundação Buster de mostrar preocupação apenas por estes cães enquanto outros pitbulls mais adotáveis definham no abrigo. “Estas pessoas nunca estiveram aqui para adotar um cachorro. Os únicos animais que eles têm interesse são Monroe, Reilly e Dusty por alguma razão. Temos um pitbull maravilhoso que está aqui desde junho… Eles não vieram aqui para saber dele”, disse Linda.
Linda Benson mantém um abrigo de eutanásia de cachorros com base no comportamento, não na raça. Já Trina Stillwagon disse que ela e outros manifestantes planejam comparecer à reunião da semana que vem na Corte para angariar mais apoios à causa.
