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Grupos africanos de conservação armam-se e atiram para inibir ação de caçadores

23 de agosto de 2010
2 min. de leitura
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Por Giovanna Chinellato (da Redação)

Mês passado, um bebê de rinoceronte viu sua mãe, a última fêmea do Parque Nacional Krugersdorp da África do Sul, sangrar até a morte do ferimento que os caçadores causaram para arrancar seu chifre. Com chifres de rinoceronte valendo mais que ouro no mercado negro, a guerra pela vida selvagem continua a escalar. Mas os conservacionistas estão reagindo, dispostos a matar para proteger os animais.

Segundo reportagem da Animals Change, organizações de conservação do continente todo estão contratando firmas de segurança e mercenários para patrulhar os parques e treinar guardas em campanhas no estilo militar. Se eles virem algum caçador suspeito, estão preparados a atirar para matar.

Muitos dos caçadores se modernizaram a ponto de portar AKs-47, rifles especiais, helicópteros e binóculos de visão noturna; os animais não têm chance alguma. Esses profissionais altamante armados estão perfeitamente dispostos a acabar com qualquer um que invada seu caminho.

Mas os conservacionistas não estão carregando munição apenas para autodefesa, nem porque estão dedicados a ajudar os animais. Prof. Rosaleen Duffy da Universidade do Manchester, que vem pesquisando a questão há 15 anos, disse que o ecoturismo aumentou a pressão internacional para proteger a vida selvagem, especialmente os Grande Cinco: rinocerontes, elefantes, leões, leopardos e búfalos. Esses são animais que as pessoas pagam para ver em safáris.

O problema do “atire antes, questione depois” é que algumas vezes você atira na pessoa errada. Duffy diz: “Eu acho que o que acontece é as pessoas locais ficam muito bravas – com razão – de pessoas serem baleadas por parecerem caçadores, sendo que podem estar apenas pegando um atalho para casa pelo mato.”

Ed Hern, dono do santuário em que o rinoceronte órfão de Krugersdorp encontrou refúgio, está explorando técnicas de guerra biológica para acabar com o comércio de partes de animais. Hern diz que está trabalhando com um veterinário para tentar envenenar os chifres dos rinocerontes, já que os chifres dos rinocerontes são feitos de tecido morto, é possível envenená-los sem que atinja a corrente sanguínea do animal. Entretanto, o cianeto (ou outro veneno) iria teoricamente continuar nos chifres até que fosse usado um antídoto. Então, quando alguém consumisse o chifre em busca de cura para febre, reumatismo, alucinação, dor de cabeça ou possessão, esse alguém ficaria doente – ou morreria -, isso seria um bom incentivo a não usar chifres de rinoceronte no futuro.

Duffy não acredita que aumentar o nível da guerra seja o caminho. Em vez disso, conservacionistas deveriam trabalhar com a população local para que ela dê valor aos animais que vagam perto de suas casas.

Isso pode acabar com a matança por parte dos moradores locais, mas não faria muito contra os caçadores armados de AK-47, que pretendem vender chifres no mercado negro.

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