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Grupo luta por centro de testes sem animais no Brasil

15 de outubro de 2010
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Em 1980, o ativista pelos direitos dos animais Henry Spira colocou um anúncio de página inteira no jornal The New York Times questionando quantos coelhos a empresa de cosméticos Revlon precisava cegar por causa da beleza. Desde então, ganhou força um movimento para pesquisar alternativas menos cruéis.

Agora, pesquisadores e empresas defendem no Brasil a criação de um centro para métodos que substituam os testes em animais, semelhante aos que existem na Europa, no Japão e nos Estados Unidos. Não há nenhum instituto do tipo na América do Sul. O tema foi discutido em fórum na reitoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O centro testaria e validaria os métodos alternativos, como a cultura de células, para que pudessem ser colocados em prática pelos laboratórios. Os cientistas ressaltam que a União Europeia tem limitado o uso de cobaias – portanto, o Brasil terá de se adequar se quiser atender a esse mercado. Ana Marisa Fusco Almeida, professora da Unesp em Araraquara, diz que o centro precisa ter integrantes de universidades, da indústria, de laboratórios e também dos órgãos reguladores. “Não adianta ter o método alternativo se o órgão não aprovar o seu uso”, afirma.

Os cosméticos prontos, por exemplo, são testados diretamente em humanos. A questão são os novos ingredientes, que precisam ter sua segurança garantida (é necessário checar se são tóxicos ou irritantes). O presidente da Associação Brasileira de Cosmetologia, Alberto Keidi Kurebayashi, é favorável à criação desse centro. “Existe a necessidade de estarmos em sintonia com o que acontece lá fora.”

Na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, existe há 29 anos o Centro de Alternativas aos Testes Animais. Ele funciona com patrocínio de empresas. O diretor, Thomas Hartung, avalia que ainda não é possível substituir completamente os animais, mas é viável usá-los cada vez menos.

Leis regulam uso de cobaias em pesquisas

Em setembro deste ano, o Parlamento Europeu aprovou uma decisão que restringe o uso de animais em experimentos científicos e garante maior proteção aos grandes primatas. Segundo o documento, ainda é necessário “recorrer a primatas não humanos” para estudos biomédicos. Porém, a decisão determina que sua utilização “só deverá ser permitida nos domínios biomédicos essenciais para o benefício do ser humano”, quando não existirem métodos alternativos disponíveis para substituir os animais.

No Brasil, a Lei Arouca, que normatiza o uso científico de animais, em vigor desde 2008, estabelece que cada experimento usará o mínimo indispensável de animais, que devem ser poupados de sofrimento. Deve-se usar sedação nos testes que possam causar dor.

Fonte: Unisinos

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