O grupo holandês Upfield, proprietário da marca Violife, que também comercializa seus produtos no Brasil, anunciou esta semana que está investindo o equivalente a R$ 282 milhões na criação de um centro de desenvolvimento de alimentos veganos.
A previsão é de que a planta industrial seja inaugurada até o final de 2021 em Wageningen, uma cidade histórica holandesa que se tornou uma espécie de Vale do Silício da indústria de alimentos.
A localização também é considerada privilegiada pela proximidade com a Universidade de Wageningen, considerada uma das mais importantes do mundo quando se trata de alimentação saudável e sustentável.
“O anúncio demonstra nosso compromisso pioneiro e ambicioso com a pesquisa e o desenvolvimento [de produtos]. Temos um bom histórico. Desde que a Upfield foi criada há menos de dois anos, já lançamos novas marcas líderes no mercado de queijos, cremes e manteigas à base de vegetais”, disse o CEO da Upfield, David Haines.
E acrescentou: “O novo Centro de Ciência de Alimentos da Upfield nos permitirá acelerar nossa ambiciosa agenda e desenvolver ainda mais opções para que as pessoas possam desfrutar de ótimos alimentos de origem vegetal que não são apenas benéficos para a saúde, mas para o planeta. Estamos extremamente animados com o que esse investimento significa para o futuro da categoria.”
Alimentos veganos têm futuro promissor na Holanda
De acordo com um relatório da empresa de pesquisa de mercado IRI, as alternativas vegetais estão se tornando cada vez mais populares entre os holandeses. Enquanto a venda de carne sofreu queda de 9% nos últimos três anos, as alternativas baseadas em plantas cresceram 51% em vendas.
Segundo o relatório, os supermercados Albert Heijin e Jumbo, líderes no ramo na Holanda, já oferecem 100 e 200 substitutos de carne, respectivamente até 2019, conforme informações divulgadas pela emissora Nederlandse Omroep Stichting (NOS). No total, os consumidores gastaram 123 milhões de euros, o equivalente a pouco mais de 555 milhões de reais, em substitutos de carne.
Isso tem feito com que açougues e mercados que até então jamais considerariam vender substitutos de carne, reavaliassem sua posição e passassem a oferecer opções baseadas em vegetais, ainda que os mais tradicionais demonstrem um pouco de relutância e ceticismo.
No país, essa transição para uma alimentação cada vez mais distante da carne tem feito com que a indústria da carne passasse a se preocupar em oferecer opções à base de vegetais para não perder mercado. A holandesa Zwanenburg, que atua no ramo de processamento de carne, declarou à NOS que suas linguiças, sopas e molhos baseadas em vegetais já respondem por 30% do total de vendas da empresa.
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