Por Giovanna Chinellato (da Redação)
O grupo Beirut for the Ethical Treatment of Animals (BETA) vem ganhando experiência considerável em resgatar macacos ao longo dos anos, no Líbano. Recentemente, receberam um chamado preocupante sobre dois macacos Vervet cativos.
No verão escaldante, sem água, comida ou sombra, dois macacos Vervet estavam em uma gaiola minúscula num estacionamento vazio em Antelias, no Líbano, completamente expostos e vulneráveis aos passantes. E para piorar ainda mais a situação para os dois primatas, sua gaiola estava na frente do Roumouz College of Antelias. Isso levou ao abuso diário dos animais por alunos do colégio que frequentemente lhes jogavam pedras e os alimentavam com comidas nada saudáveis.
“Que tipo de educação estamos dando a essas crianças, quando ensinamos a crueldade?”, perguntou a co-fundadora da BETA Joelle al-Massih.
De acordo com reportagem do jornal Daily Star, os voluntários da BETA apareceram em massa no local na terça para obrigar a soltura dos animais, enquanto conscientizavam a população das crueldades decorrentes do tráfico de animais silvestres no país.
O “tutor” dos macacos apareceu no local depois de ouvir o barulho dos ativistas, e depois de horas de mediação ele voluntariamente entregou os animais à BETA e ajudou os voluntários a transportá-los para o abrigo da organização em Monte Verde.
O Líbano ainda não assinou a Convention on International Trade in Endangered Species (CITES), fazendo com que seja mais fácil o contrabando de animais no país. Primatas em particular são surpreendentemente valiosos, chegando a $10000. Mas apesar do preço, acabam abandonados como entretenimento em postos de gasolina, restaurantes e outros lugares públicos onde ficam expostos a maus-tratos.
Além disso, os vervets estão mencionados no apêndice dois da CITES como espécie que logo entrará em extinção se não for monitorada adequadamente. E pelo tráfico não ser bem monitorado no Líbano, macacos e outros animais estão entrando no país sem vacinação adequada, tornando-os ameaça para a saúde até das pessoas. O CITES impede que animais entrem no país sem licença médica. Mas enquanto as leis pelos animais não forem monitoradas, a BETA continuará lutando pela causa sozinha.
Entretanto, membros da BETA se encontraram com ministros da Agricultura e Meio Ambiente para discutir a legislação vigente pela proteção dos direitos animais.
Em Maio, o The Daily Star relatou um resgate similar pela BETA de uma babuína chamada Vicky que foi abandonada numa gaiola atrás de um restaurante em Sin al-Fil. Agora, ela está vivendo livre na reserva natural South African Chimp.
O próximo passo da BETA será descobrir um lugar para os macacos, batizados de Mikki e Sissi, se reabilitarem e viverem livres.
