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Grupo de voluntários cria abrigo para cães e gatos abandonados na tragédia no RJ

18 de janeiro de 2011
3 min. de leitura
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Até segunda, dia 17, 200 cães haviam sido resgatados de bairros atingidos em Teresópolis e levados para o abrigo de animais organizado na cidade. (Foto: Jorge Araujo/Folhapress)

A placa na rua Caramuru, no bairro de Meudon, periferia de Teresópolis (região serrana do Rio), dá a direção para o abrigo, mas o latido e o uivo da matilha são o sinal de que naquele galpão o alojamento é outro.

Comovidos com o abandono de cães e gatos, 40 voluntários de cidades vizinhas e do Rio se reuniram para resgatar animais cujos tutores morreram na chuva ou estão instalados em abrigos, onde os bichos não podem entrar.

Desde sexta, 200 cachorros e 100 gatos já foram para o abrigo. Muitos estavam soterrados e chegam com pneumonia, patas quebradas, desidratados, desnutridos e com bicheira.

A veterinária Pamella, voluntária no abrigo de animais em Teresópolis, cidade afetada pelas chuvas no Rio, dá papinha a um filhote de gato resgatado da enchente. (Foto: Jorge Araujo/Folhapress)
(Foto: Jorge Araujo/Folhapress)

O voluntariado é dividido em dois grupos: um sai para fazer o resgate, outro fica no canil para tratar dos animais.

O trabalho surgiu porque os bombeiros resgatam apenas corpos e sobreviventes.

Criadora do abrigo, a protetora de animais Maria Elisabete Filpi diz ter sido resgatada por bombeiros porque ficou atolada com dois cachorros nos braços.

O menino Bruno Rodrigues Bento, de 11 anos, é voluntário no abrigo e tem a função de dar carinho aos cachorros que perderam os donos na enchente. (Foto: Jorge Araujo/Folhapress)

Um dos voluntários é Bruno Bento, 11, morador do local, que dá ração e água aos cachorros e faz carinho neles, a tarefa de que mais gosta. “Vim porque adoro os animais e fiquei muito triste.”

Outros voluntários levam os cães para passear.

Quase todos os cães são vira-latas, mas há animais de todas as raças e portes, de poodles a um rottweiler.

Com a sensação de abandono pela morte do tutor, muitos cães entristecem e deixam de comer. Outros estranham e mordem os tratadores, que têm de tomar vacinas contra raiva e tétano.

Veterinários voluntários tratam animais resgatados da enchente que chegam ao abrigo doentes, desnutridos e desidratados. Doente, um vira-lata recebe tratamento com antibióticos. (Foto: Jorge Araujo/Folhapress)

A história que mais comoveu o abrigo é a de Pelé, labrador encontrado sobre o corpo do tutor.

Depois de tratados, os animais irão para feiras de adoção nas cidades da região serrana do Rio. Quem quiser pode ir ao abrigo adotá-los.

Como ajudar

O abrigo fica num galpão na rua Caramuru, nº 200, no bairro Meudon, em Teresópolis.

Os veterinários precisam de coleiras, vacinas contra raiva e V8, remédios antipulga e seringas. O estoque de ração é suficiente para as próximas semanas.

Doações também podem ser feitas por depósito no banco Itaú – agência 6103 (Teresópolis-RJ), conta corrente nº 19.918-5, em nome da Sociedade Grupo Estimação.

Adoção

Quem quiser adotar um dos animais abandonados pode ir ao abrigo e levar RG, CPF e assinar um termo de compromisso.

Clique aqui para ver fotos de cães que se encontram no abrigo.

Fonte: Folha

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