Por Guilherme Carvalho (da Redação)
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, recebeu cobranças para intervir pelo fim do ritual de matança de touros no festival Ukweshwama, em uma carta publicada pela ativista de direitos animais indiana Maneka Gandhi.
A carta, escrita em nome da PETA Asia, expressa preocupação pelo fato de que o ritual, praticado durante o Ukweshwama, ou “Festival dos Primeiros Frutos” (antes das primeiras colheitas), não está sujeito a leis de proteção animal, com base na justificativa da “liberdade cultural”. “No ritual, um grupo de homens jovens torturam e matam um touro com as próprias mãos, empurrando o animal aterrorizado ao chão, rasgando a sua língua, enfiando punhados de terra na sua boca, arrancando seus olhos, mutilando seus órgãos genitais e praticando outros atos cruéis até que o touro esteja finalmente morto”, escreveu a ex-política.
“Embora eu respeite a cultura, este ritual de matança de touros causa um sofrimento extremo a criaturas inocentes e não tem mais espaço no mundo moderno.”
Ela continua: “Tradição não é desculpa para crueldade, e muitas sociedades eliminaram ou estão trabalhando para eliminar práticas ‘tradicionais’ – tais como a escravidão, o canibalismo, o infanticídio, a mutilação genital feminina, a deformação dos pés de chinesas, as touradas e a caça de raposas – que fazem animais ou humanos sofrerem”.
Ela afirmou também que existe uma conexão entre crueldade para com animais e crimes violentos contra humanos.
“Certamente esse não é um ‘valor’ que você quer incutir nos cidadãos de KwaZulu-Natal” (província sul-africana onde ocorre o festival).
Ela concluiu que as tradições mudaram e as sociedades evoluíram, e que Zuma não deve permitir que a África do Sul seja vista como bárbara e retrógrada, mantendo um ritual cruel como o de Ukweshwama.
Com informações do Times Live