Cerca de 15 búfalos foram vistos tomando banho nas águas poluídas do Rio Pinheiros, na Zona Sul de São Paulo, sentido Interlagos, na manhã de segunda-feira (15/09). Após o mergulho, eles atravessaram para a outra margem, onde pastaram e chegaram a ocupar a ciclovia que liga a região à Rodovia Castello Branco, obrigando funcionários da ViaMobilidade a intervir para evitar acidentes com ciclistas.

Apesar da dimensão do caso, nenhuma autoridade ambiental ou de resgate, como a Polícia Ambiental, o Ibama ou o Corpo de Bombeiros, esteve no local. Até a última atualização, a Prefeitura de São Paulo também não havia se pronunciado, deixando os búfalos expostos a riscos de atropelamento, fome e maus-tratos.

 

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A responsável pelos búfalos, Edinalva Mendes da Silva, afirmou que os animais escaparam da propriedade em Santo Amaro em busca de alimento. Segundo ela, a crise financeira e a falta de recursos para comprar capim e folhagem tornaram impossível manter o rebanho. “Eu moro em um terreno que é área da Enel. Como está faltando alimento, eu não estou podendo trabalhar e pegar capim seco nem folhagem na Ceagesp. Aí, eles saem procurando por alimento”, contou.

Edinalva disse ainda que a manada, composta em grande parte por fêmeas prenhes, está à venda. “Não quero ver ninguém matando, ainda mais que muitas estão prenhas. Estou suplicando”, declarou.

Os búfalos estão completamente vulneráveis. De um lado, a negligência do poder público, que não acionou equipes de resgate ou assistência; de outro, a precariedade da tutora, que não consegue alimentar ou garantir condições básicas de bem-estar.

A situação mostra a falta de políticas públicas de acolhimento e proteção para animais de grande porte em áreas urbanas. Esses búfalos não deveriam estar abandonados à própria sorte em meio ao trânsito e à poluição. O mínimo seria a Prefeitura acionar equipes para garantir sua segurança e evitar tragédias.

Para além da imagem curiosa de búfalos tomando banho de rio na cidade São Paulo, trata-se de um alerta sobre como animais considerados apenas “de produção” permanecem invisíveis para as autoridades, reduzidos a mercadorias que só importam enquanto geram lucro.

Sem políticas públicas adequadas, casos como o dos búfalos do Pinheiros tendem a se repetir e cada vez mais animais continuarão vagando pelas margens da cidade, em busca de algo tão simples quanto comida e segurança.