Um estudo recente revelou que o vírus da gripe aviária H5N1 chegou à Antártida, uma região anteriormente considerada isolada de tais doenças. A pesquisa foi liderada por Jane Younger, uma ecologista molecular que chefia investigações sobre patógenos da vida selvagem na região. O estudo encontrou o vírus em focas-caranguejeiras pela primeira vez e alertou para possíveis infecções fatais em pinguins devido à falta de anticorpos.
Alarmantemente, o vírus, detectado anteriormente em skuas (uma ave marinha) e pinguins-de-adélia, espalhou-se para animais maiores, neste caso, os elefantes-marinhos-do-sul. Amostras de elefantes-marinhos mortos foram coletadas em outubro, depois que cientistas que visitavam a Ilha Heard a bordo do quebra-gelo RSV Nuyina observaram níveis incomuns de mortalidade na população, informou a ABC. As amostras coletadas confirmaram a presença do vírus da gripe aviária H5.
O estudo destaca como as aves migratórias desempenham um papel fundamental no transporte do vírus da gripe aviária H5N1, conectando continentes por meio de viagens da vida selvagem. Testes genéticos rastrearam alguns desses vírus até a América do Sul. O aumento das temperaturas devido às mudanças climáticas está alterando rapidamente os ecossistemas da Antártida, com migrações sazonais coincidindo com a introdução do vírus em populações vulneráveis.
Os pesquisadores estão agora trabalhando no desenvolvimento de um sistema global de alerta precoce para doenças da vida selvagem, com aves necrófagas atuando como sentinelas para indicar surtos antes que se espalhem. Isso poderia ajudar a proteger ecossistemas frágeis da disseminação de patógenos. Os cientistas também estão investigando o potencial da vacinação de espécies-chave, como pinguins, para prevenir a transmissão de patógenos e proteger essas populações vulneráveis.
Traduzido de NewsBytes.