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TRAGÉDIA

Gripe aviária causa mortes em massa de cisnes e ameaça outras espécies

4 de novembro de 2021
Bruna Araújo | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Dezenas de cisnes morreram na cidade inglesa de Warwickshire, muito famosa pelo turismo por ser a cidade de nascimento de William Shakespeare, após contraírem gripe aviária. Além dos cisnes, patos e gansos da região também foram encontrados sem vida ou extremamente debilitados. Especialistas afirmam que a gripe aviária é uma variação do vírus que causa a gripe em seres humanas, mas sofre muitas mutações e se torna cada vez mais letal com o confinamento e criação intensiva de animais para consumo humano.

Focos da doença localizados em fazendas rapidamente migram para a natureza e afetam aves selvagens e mamíferos. A pecuária pode ser responsável por novas pandemias não só para seres humanos, mas também para os animais silvestres e selvagens. Toda a população de cisnes de Warwickshire está risco e especialistas temem que outras espécies locais, animais em situação de vulnerabilidade, estejam em risco de extinção se os casos de gripe aviária continuarem aumentando. O marco zero da doença ainda não foi identificado.

Os centros de resgate de animais silvestres estão evitando realizar novos salvamentos para impedir que a gripe afete os animais já internados ou mantidos nos locais por não poderem ser devolvidos à natureza. Pelo menos 70 cisnes que vivem em uma lagoa em Warwickshire tiveram contato com indivíduos doentes e podem ter contraído o vírus. A gripe aviária se espalha rapidamente através de fluídos corporais como a saliva ou pelas fezes de animais infectados. Os moradores da cidade estão preocupados com a saúde das aves icônicas.

Foto: Ilustração | Pixabay

Especialistas alertam que uma outra forma de contaminação e disseminação do vírus também pode se dar a partir da ação humana. Como muitos turistas vigiam a região, as aves podem ter sido alimentadas com alimentos contaminados. Há cerca de 10 meses, Stratford-upon-Avon registrou a morte de 25 cisnes com suspeita de gripe aviária. As cidades de Worcester e Evesham também tiveram casos similares. Infelizmente, cada vez mais doenças surgidas pela pecuária estão migrando para a natureza e causando danos a outras espécies.

Alerta

Doenças que têm como origem a criação intensiva de animais para consumo, como a gripe aviária, estão afetando santuários de animais selvagens. No Reino Unido, pelo menos cinco cisnes, cinco focas e uma raposa morreu em decorrências de doenças causadas pela pecuária. Um relatório aponta que a os animais foram infectados com uma cepa de gripe aviária conhecida como H5N8.

Especialistas afirmam que as focas sofreram convulsões e a raposa morreu durante a noite após apresentar anorexia e mal-estar. Os cisnes sofreram de letargia por alguns dias e morreram. A necropsia indicou que os animais sofreram de encefalite, inflamação dos tecidos ativos do cérebro, causada pelo vírus da cepa H5N8.

Foto: Ilustração | Pixabay

No ano passado, milhares de aves foram massacradas em granjas para conter surtos de gripe aviária e especialistas acreditam que essa cepa migrou para reservas da vida selvagem. O relatório demonstra surpresa em saber que o vírus também afeta mamíferos selvagens e pode levar espécies a mortes em massa e até mesmo a extinção de muitas espécies.

O vírus entrou na reserva após o resgate de cinco cisnes (Cygnus olor) que foram encontrados muito debilitados em novembro de 2020. “Essas aves foram internadas por vários motivos, incluindo trauma, baixo peso e fraqueza. Não houve suspeita de infecção com vírus da gripe aviária na admissão”, disse um porta-voz da reserva.

Os cisnes estavam em estado selvagem e são considerados a fonte da gripe aviária que atingiu a reserva e teme-se que mais animais sejam infectados.

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