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Grandes quantidades de mercúrio tóxico se acumulam na tundra do Ártico

22 de julho de 2017
3 min. de leitura
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Uma equipe de pesquisa liderada pelo professor Daniel Obrist, presidente do Departamento de Ciências Ambientais e Atmosféricas da UMass Lowell, descobriu que o mercúrio do ar está se acumulando na tundra do Ártico, onde é depositado no solo e, em seguida, corre para as águas.

Daniel Obrist realizou uma pesquisa de 2 anos sobre o tema
Foto: University of Massachusetts Lowell

Há muito tempo, os cientistas alertaram para os altos níveis de poluição por mercúrio no Ártico. A nova pesquisa identifica o mercúrio gasoso como sua principal fonte e aborda a maneira como o elemento chega até lá.
“Agora compreendemos como um local tão remoto está tão exposto ao mercúrio”, disse Obrist.

Embora o estudo não tenha examinado o impacto potencial do aquecimento global, se as mudanças climáticas continuarem descontroladas, isso pode desestabilizar esses depósitos de mercúrio nas regiões com tundra e permitir que grandes quantidades do elemento entrem nas águas do Ártico, acrescentou ele.

Obrist concluiu recentemente dois anos de pesquisa de campo na tundra, rastreando a origem e o caminho dessa poluição. Atuando a partir de um local de observação no Alasca (EUA), ao Norte de Brooks Range, ele e um grupo internacional de cientistas descobriram que o elemento gasoso na atmosfera é a fonte de 70% dos poluentes no solo da tundra.

Por outro lado, o mercúrio no ar que é depositado no chão pela chuva ou neve – um foco mais frequente de outros estudos – representa apenas 2% dos depósitos de mercúrio na região, segundo o Science Daily.

A nova pesquisa é a investigação mais precisa sobre como o mercúrio é depositado no Ártico. Os resultados completos do estudo, que recebeu o apoio da National Science Foundation, foram publicados na revista acadêmica Nature.

O mercúrio é um poluente nocivo, que ameaçado peixes, aves e mamíferos em todo o mundo. Centenas de toneladas do elemento são emitidas a cada ano na atmosfera por meio da queima de carvão, mineração e outros processos industriais em todo o mundo.

A substância gasosa é transportada para o Ártico, onde é absorvida pelas plantas em um processo semelhante à absorção de dióxido de carbono.

Em seguida, ela é depositada no solo quando as folhas das plantas caem ou morrem. Como resultado, a tundra se transforma em um depósito significativo para o mercúrio atmosférico emitido pelas regiões industrializadas do mundo.

“Este mercúrio do solo da tundra explica de metade a dois terços do total no Oceano Ártico”, disse Obrist, acrescentando que os cientistas já haviam estimado que o escoamento de mercúrio da tundra carrega de 50 a 85 toneladas do metal pesado para as águas do Ártico anualmente.

A exposição a altos níveis da substância durante longos períodos pode gerar problemas neurológicos e cardiovasculares. Os moradores do Ártico e a vida selvagem sentem os resultados.

“O mercúrio possui altos níveis de exposição na vida selvagem do Norte, como em baleias beluga, ursos polares, focas, peixes, águias e outras aves. Também prejudica as populações humanas”, ressaltou Obrist.

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