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ABSORÇÃO DE CARBONO

Grandes árvores da Amazônia são mais resistentes ao clima do que se imaginava

Estudo mostra crescimento e resiliência das árvores gigantes, mas alerta para riscos de desmatamento e incêndios

27 de setembro de 2025
2 min. de leitura
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Angelim-vermelho de 88,5 metros de altura, maior árvore já encontrada na Amazônia. Foto: Projeto Árvores Gigantes da Amazônia

Um novo estudo revela que as maiores árvores da Amazônia estão crescendo em tamanho e número, mostrando que a floresta intacta continua a desempenhar papel crucial na captura de carbono da atmosfera. Pesquisadores afirmam que as árvores de grande porte, como castanheiras, sumaúmas e angelins vermelhos, permanecem mais resistentes às mudanças climáticas do que se acreditava, mesmo diante de temperaturas elevadas e períodos de seca.

A pesquisa, publicada na revista Nature Plants e divulgada pelo The Guardian, analisou 188 parcelas da floresta amazônica ao longo de 30 anos, envolvendo quase 100 cientistas de 60 universidades do Brasil, Reino Unido e outros países. Os resultados indicam que o diâmetro médio dos troncos aumentou 3,3% por década, com os maiores ganhos registrados nas árvores mais altas, beneficiadas pelo aumento de CO₂ na atmosfera proveniente da atividade humana.

Apesar das boas notícias, os cientistas alertam que a resiliência depende da preservação de áreas intactas. Prof. Oliver Phillips, da University of Leeds, destaca que florestas fragmentadas ou próximas a áreas desmatadas perdem essa capacidade, tornando-se vulneráveis a incêndios, ventos fortes e secas. “É uma boa notícia qualificada: a Amazônia é resiliente, mas isso pode não adiantar se não conseguirmos conter o desmatamento”, afirmou.

O estudo ressalta ainda a importância das árvores gigantes para o equilíbrio do bioma. Embora representem somente 1% da população de árvores da floresta, são responsáveis por cerca de 50% do armazenamento e do ciclo de carbono, além de desempenhar papel similar no ciclo da água. A morte dessas árvores altera profundamente a estrutura da floresta, tornando sua recuperação mais lenta e reforçam o clima seco.

“Nos dá esperança descobrir o aumento em tamanho e em número dessas árvores pela Amazônia. É sinal de que há alguma resiliência ali”, diz Adriane Esquivel-Muelbert da Universidade de Cambridge, uma das autoras do estudo.

Fonte: Um só Planeta

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