Um novo estudo revela que as maiores árvores da Amazônia estão crescendo em tamanho e número, mostrando que a floresta intacta continua a desempenhar papel crucial na captura de carbono da atmosfera. Pesquisadores afirmam que as árvores de grande porte, como castanheiras, sumaúmas e angelins vermelhos, permanecem mais resistentes às mudanças climáticas do que se acreditava, mesmo diante de temperaturas elevadas e períodos de seca.
A pesquisa, publicada na revista Nature Plants e divulgada pelo The Guardian, analisou 188 parcelas da floresta amazônica ao longo de 30 anos, envolvendo quase 100 cientistas de 60 universidades do Brasil, Reino Unido e outros países. Os resultados indicam que o diâmetro médio dos troncos aumentou 3,3% por década, com os maiores ganhos registrados nas árvores mais altas, beneficiadas pelo aumento de CO₂ na atmosfera proveniente da atividade humana.
Apesar das boas notícias, os cientistas alertam que a resiliência depende da preservação de áreas intactas. Prof. Oliver Phillips, da University of Leeds, destaca que florestas fragmentadas ou próximas a áreas desmatadas perdem essa capacidade, tornando-se vulneráveis a incêndios, ventos fortes e secas. “É uma boa notícia qualificada: a Amazônia é resiliente, mas isso pode não adiantar se não conseguirmos conter o desmatamento”, afirmou.
“Nos dá esperança descobrir o aumento em tamanho e em número dessas árvores pela Amazônia. É sinal de que há alguma resiliência ali”, diz Adriane Esquivel-Muelbert da Universidade de Cambridge, uma das autoras do estudo.
Fonte: Um só Planeta