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ESTUDO

Grande parte da população desconhece que vacas precisam estar constantemente grávidas para produzir leite

6 de março de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Animal Justice Project

Uma pesquisa encomendada pelo grupo de direitos dos animais Animal Justice Project (AJP) revelou que mais da metade dos britânicos desconhece que as vacas precisam ser inseminadas anualmente para produzir leite. O estudo, realizado pela YouGov, mostrou que 52% do público não sabia que a gravidez é essencial para a lactação das vacas, destacando uma “ignorância social” sobre o processo de produção de laticínios.

A pesquisa também apontou que 83% dos entrevistados não tinham conhecimento de que os bezerros são separados de suas mães dentro de 24 horas após o nascimento, uma prática padrão na indústria leiteira para que o leite destinado aos filhotes seja direcionado ao consumo humano. Além disso, apenas 82% das pessoas sabiam que as vacas leiteiras, que podem viver até 30 anos, são mortas precocemente, geralmente entre cinco e sete anos de idade, quando sua produção de leite diminui.

Claire Palmer, fundadora da AJP, criticou a desinformação disseminada pela indústria de laticínios: “Em 2025, é absurdo que a maioria das pessoas ainda não perceba que, assim como os humanos, as vacas precisam estar prenhes para lactar. Mas não é surpresa, dada a desinformação sistemática que a indústria espalha há décadas.”

A realidade oculta da indústria leiteira

Apesar de a maioria da população britânica consumir laticínios, a realidade por trás da produção permanece amplamente desconhecida. Livros infantis e campanhas publicitárias frequentemente retratam vacas em pastos idílicos, ignorando os processos cruéis envolvidos. Termos como “alto bem-estar” e “humano” são usados sem explicar o que realmente acontece nas fazendas.

Aos 15 meses de idade, as vacas leiteiras são inseminadas artificialmente pela primeira vez. Após o parto, os bezerros são imediatamente separados de suas mães, que frequentemente choram e berram por dias. Bezerros fêmeas são confinados e criados para se tornarem produtoras de leite, enquanto os machos são mortos ou vendidos para a indústria da carne. As vacas são conectadas a máquinas de ordenha e submetidas a ciclos contínuos de gravidez e lactação até que seu leite seque, momento em que são abatidas para carne de baixa qualidade.

Investigações recentes expuseram o sofrimento extremo em fazendas leiteiras, incluindo maus-tratos, confinamento inadequado e exposição a temperaturas extremas. Apenas 17% dos entrevistados na pesquisa da AJP acreditam que as empresas de laticínios fornecem informações suficientes sobre como seus produtos são produzidos.

Um apelo ao veganismo

A AJP encomendou a pesquisa para coincidir com o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, destacando que “as vacas também são mães”. Palmer enfatizou: “Assim como as mães humanas, elas amam seus bebês imensamente. O sofrimento que suportam quando seus bezerros são arrancados poucas horas após o nascimento é inimaginável. Não precisamos consumir leite – mas os bezerros precisam. É feito para elas, não para nós.”

A pesquisa reforça a importância do veganismo como uma escolha ética e consciente, capaz de reduzir o sofrimento animal e desafiar as práticas cruéis da indústria de laticínios. Enquanto a desinformação persiste, iniciativas como a da AJP buscam esclarecer o público e promover uma mudança em direção a um sistema alimentar mais compassivo.

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