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Granado lança campanha publicitária que faz apologia à exploração animal

15 de fevereiro de 2019
3 min. de leitura
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Imagens da campanha  de lançamento dos novos produtos da Granado | Foto: site da Granado
Imagens da campanha  de lançamento dos novos produtos da Granado | Foto: site da Granado

Elefantes fantasiados equilibrando-se sobre bolas coloridas no picadeiro de um circo; leões e girafas, com selas sobre suas costas e presos a um carrossel para servir de entretenimento humano; cavalos com plumas sobre as cabeças como se guardassem o espetáculo. Animais selvagens forçados a exibir-se de forma antinatural.

Algumas destas cenas cruéis, que servem de propaganda para as colônias infantis Safari Encantado e Fantástico Circo, da Granado, remontam aos circos com animais, já banidos inclusive em mais de 40 países pelo mundo (entre eles Índia, Itália, Irlanda, Bolívia, Grécia, Inglaterra, Peru, Portugal, Escócia, Irã, Israel, México, entre outros).

Material da campanha publicitária da Granado em exposição em loja | Foto: Eliane Arakaki
Material da campanha publicitária da Granado em exposição em loja | Foto: Eliane Arakaki

É de se estranhar que uma empresa como a Granado, que divulga publicamente em sua página na internet que “não concorda com atividades que provoquem sofrimento aos animais” exiba uma campanha como esta. Além de declarar que não realiza testes em animais – sendo assim uma empresa cruelty free (livre de crueldade) – a empresa ainda informa que procura trabalhar com fornecedores que adotem a mesma política.

A Granado existe desde 1870 e é considerada a primeira botica brasileira em funcionamento. Conhecida como empresa amiga dos animais, a Granado possui duas certificações de responsabilidade ambiental: a FSC (Forest Stewardship Council) e PEA (Projeto Esperança Animal).

No site da empresa consta também a informação de apoio à organizações ambientais que tem como “objetivo difundir os direitos dos animais a partir da conscientização de práticas de maus-tratos, da posse responsável e do valor da vida animal“.

As imagens da campanha dos dois produtos da linha Espetacular Parque Granado foram flagradas em exposição em uma loja da rede e estão disponíveis também no site da empresa.

Leões e girafas com selas, cavalos enfeitados, são parte do material publicitário da Granado | Foto: Eliane Arakaki
Leões e girafas com selas, cavalos enfeitados, são parte do material publicitário da Granado | Foto: Eliane Arakaki

Qualquer produto, especialmente os voltados para o público infantil, divulgados com essa temática de maus-tratos a animais como algo bonito e divertido passa para o público a imagem de que usar animais como entretenimento e exploração animal é algo correto e normal. Essa mensagem vai diretamente na contramão da consciência mundial de que animais são seres sencientes (sentem emoções, amor, alegria, sofrimento, dor) e capazes de entender e interagir com o ambiente em que vivem.

Maus tratos a animais em circos

Truques antinaturais como os mostrados nas imagens da campanha publicitária, como elefantes equilibrando-se sobre bolas, e tantos outros que ocorrem em circos como tigre e leões saltando por argolas em chamas, ursos dançando, macacos fazendo acrobacias com bastões são conseguidos à custa de muita dor aos animais. Choques com bastões elétricos, chicotadas, pauladas, privação de alimentos, banhos de água gelada são alguns dos “motivadores” usados para fazer os animais se comportarem conforme desejado pelos “treinadores”.

Animais nasceram livres para viver em seu ambiente natural, selas de montaria em suas costas, “carrosséis vivos” ou enfeites e fantasias sobre seus corpos não passam de violência e abuso contra suas vidas.

Uma empresa que defende a “conscientização de práticas de maus-tratos, da posse responsável e do valor da vida animal” precisa definitivamente ser conscientizada sobre suas próprias práticas de marketing.

Nota da redação: A assessoria de imprensa da Granado foi contatada pela ANDA solicitando um posicionamento em relação às campanhas publicitárias dos produtos citados, porém, nenhuma resposta foi recebida até o fechamento dessa matéria.

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