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Governo reconhece crescimento de vegetarianos e lança cartilha de orientações para uma alimentação saudável

19 de julho de 2015
4 min. de leitura
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Por Alex Avancini (da Redação)

 portugal

Uma cartilha informativa disponibilizada pelo governo português sobre alimentação vegetariana saudável está sendo recebida como um grande avanço – e incentivo – entre os adeptos da dieta sem carne no país lusitano. A Direção Geral da Saúde (Órgão equivalente a Secretaria da Saúde no Brasil), divulgou na última terça-feira (7/7) um material online contendo importantes informações referentes ao estilo de vida com base na alimentação vegetariana.
Pedro Graça, nutricionista e diretor do PNPAS (Programa Nacional para Promoção da Alimentação Saudável) ressalta no material que a missão do informativo é melhorar o estado nutricional da população, incentivando a disponibilidade física e econômica de alimentos constituintes de um padrão alimentar saudável e criar as condições para que a população os valorize, aprecie e consuma, integrando-os nas suas rotinas diárias. “Com a edição deste ‘Linhas de Orientação para uma Alimentação Vegetariana Saudável’ cumprem-se parte destes pressupostos, oferecendo conhecimento de um modelo de consumo alimentar saudável junto da população e criando condições para que pela primeira vez, neste formato, em Portugal, os profissionais de saúde possam aceder as informações que lhes permitam ser mais conhecedores e competentes numa área em franca expansão”, diz o diretor.
Já Fátima Vieira, presidente da Utopian Studies Society/Europe, destaca a importância do material na orientação para escolhas saudáveis que o vegetarianismo traz, oferecendo uma perspectiva histórica da opção pela alimentação vegetariana, proporcionando a compreensão dos argumentos filosóficos, religiosos, sociais relacionados com a saúde humana e cumprindo uma função didática esclarecedora sobre os diferentes tipos de formas alimentares normalmente relacionados com o hábito de não comer carne, oferecendo uma visão clara dos benefícios da escolha. “O material oferece informação importante sobre a adequação nutricional da alimentação vegetariana, disponibilizando tabelas que podem ser utilizadas por vegetarianos e uma bibliografia que orienta os interessados em aprofundar o estudo deste regime alimentar. É sem dúvida de louvar, esta iniciativa da Direção-Geral de Saúde, que ao reconhecer a existência de um número significativo de vegetarianos em Portugal intervém no sentido de conceder os instrumentos necessários aos profissionais de saúde e educação para um aconselhamento informado”, ressalta Vieira.
O material foi disponibilizado gratuitamente na internet e discute diversos aspectos sobre a escolha vegetariana, como o histórico, definições e termologias empregados dentro do movimento vegetariano sobre o assunto e uma correta definição do termo vegano, deixando claro que o ponto de vista filosófico neste caso é maior que o alimentar.

Capa do material "Linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável". - Foto: Reprodução
Capa do material “Linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável”. – Foto: Reprodução

A proposta não é apenas saudável e o texto apresenta diversos argumentos ecológicos para justificar esta escolha alimentar, propondo que pequenas mudanças como a eliminação do consumo de carne do cardápio pode trazer grandes reduções dos problemas de ordem ambientais no planeta. Um trecho da cartilha ressalta: “Uma dieta sustentável deve proteger e respeitar a biodiversidade e os ecossistemas, ser culturalmente aceitável, facilmente acessível, economicamente justa e, se possível, nutricionalmente adequada, segura e saudável. Deve otimizar os recursos naturais e humanos disponíveis. Para além de ter em conta a necessidade de produzir alimentos com reduzido consumo de água e de carbono, promover a biodiversidade alimentar e em particular os produtos alimentares locais e tradicionais”.
Dividido em tópicos, existem seções específicas como os benefícios e riscos de uma dieta vegetariana, lista de alimentos habitualmente presentes na modalidade e dicas de adequação nutricional. O texto ainda aborda informações nutricionais sobre macronutrientes, explicando o conceito de proteína e sua relação com a ausência de carne e dando importante atenção aos assuntos como gordura, ácidos gordos essenciais, hidratos de carbono, vitamina B12, vitamina D, vitamina A, minerais e oligoelementos como o ferro, zinco, cálcio, iodo, selênio, potássio, magnésio, fósforo, sódio entre outros.
No final do documento está anexado uma tabela com um resumo sobre a distribuição de macronutrientes necessários para crianças de 1 a 3 anos, 4 a 8 anos e adultos, assim como indicações sobre quantidade de ingestão diária recomendada para crianças de 0 a 8 anos e adultos, sem esquecer das gestantes e lactantes.
Clique aqui para acessar gratuitamente a cartilha.

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