O governo dos Estados Unidos solicitou que um tribunal de apelações restabelecesse uma regra da era Trump que removeu as últimas proteções remanescentes da Lei de Espécies Ameaçadas para os lobos cinzentos.
Se concedido, este pedido colocaria a supervisão dos lobos cinzentos sob jurisdição estadual, ou seja, cada estado decidiria o que é permitido. A regra permitiria a retomada da caça na região dos Grandes Lagos, onde foi interrompida por ordem judicial.
Os defensores dos animais alcançaram uma vitória significativa ao processar com sucesso o governo dos EUA depois que as proteções para os lobos foram retiradas nos últimos dias da administração do ex-presidente Donald Trump, em 2020. Entretanto, na última semana o governo deu seu primeiro passo explícito para restabelecer a regra ao entrar com uma ação no Tribunal de Apelações do 9º Circuito dos EUA. As proteções permanecerão em vigor enquanto o tribunal analisa o caso.
A ação judicial segue anos de conflito político sobre a população dos lobos em partes do oeste dos EUA, devido à predação de vacas. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e outras agências de gestão de vida selvagem constataram que, embora as espécies ocasionalmente entrem em conflitos, o impacto de ataques de lobos é mínimo em comparação com outras causas de mortalidade, como doenças, acidentes e outros predadores.
Os lobos já vagaram pela América do Norte em grandes números, com uma população estimada em cerca de 2 milhões. No entanto, um programa federal de extermínio reduziu drasticamente sua população, levando-os à beira da extinção.
Na década de 1960, os lobos cinzentos receberam proteção sob o precursor da Lei de Espécies Ameaçadas. Naquela época, eles haviam sido praticamente exterminados dos Estados Unidos contíguos, sobrevivendo apenas no Parque Nacional Isle Royale, em Michigan, e em uma pequena parte de Minnesota. Sua quase extinção resultou da caça e esforços agressivos de erradicação.
A reintrodução dos lobos em Yellowstone levou a mudanças profundas e inesperadas. Ao reequilibrar as populações de alces e veados, os lobos permitiram que salgueiros e álamos se regenerassem, o que, por sua vez, estabilizou as margens dos rios e redirecionou os fluxos fluviais. Essa mudança ecológica resultou no retorno de pássaros canoros, castores, águias, raposas e texugos.
Proteger os lobos é importante para a saúde e o bem-estar do planeta. Manter sua proteção demonstra nosso compromisso em preservar a intrincada teia da vida que eles sustentam. Devemos continuar nossos esforços para garantir sua recuperação e sobrevivência para as gerações futuras.
