O governo do Rio de Janeiro lançou na última quarta-feira (09), a “raspadinha animal” e quem comprar o ticket concorre a vários prêmios que podem chegar a até R$5 mil. Idealizado pelo titular da pasta, o novo projeto foi firmado a partir de uma parceria entre a Loterj, a Secretaria Estadual de Agricultura e a ONG RioSolidario. De acordo com os responsáveis, o lucro arrecadado será destinado à proteção dos animais do estado.
“Idealizamos a raspadinha como uma forma de atingir um público que ama os animais e que poderá, além de ajudar a causa, também se divertir e ganhar prêmios”, afirma Marcelo Queiroz, secretário de Agricultura e responsável pelas Políticas Públicas de Proteção e Bem-Estar Animal, ao jornal Extra. Ainda com informações do jornal, a cerimônia de lançamento aconteceu nesta quarta-feira (9), no Palácio Guanabara, e contou com a presença de autoridades.
Segundo a Loterj, serão comercializados 400 mil bilhetes, com o valor de R$ 2,00 cada, em mais de 10 mil pontos de venda distribuídos pelo estado. As raspadinhas – ilustradas com um cão e um gato – acumularão, ao todo, R$ 440 mil em prêmios, sendo que 20 delas valem o montante máximo de R$ 5 mil.
O presidente da Loterj, Otavio Bastos Cunha, afirma: “Faz parte do nosso objetivo tornar o Rio um dos principais estados do país na causa de defesa animal”. Conforme a matéria do jornal Extra, Bastos Cunha explica que toda a renda arrecadada pela “raspadinha animal” será repassada à ONG RioSolidário, que irá coordenar as devidas ações de amparo e proteção aos animais.
“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível. Gosto muito dessa frase do nosso protetor dos animais, São Francisco de Assis. E é com ela que eu agradeço todo o empenho da Secretaria de Agricultura com os bichinhos do nosso Estado. Quando a vontade de realizar é grande e as parcerias fortalecidas, tudo é possível. Obrigada também por todo o carinho com o RioSolidario”, conclui a primeira-dama do estado e presidente de honra da ONG, Analine Castro.
O jogo do “bicho”
É inegável que a denominação do projeto como “raspadinha animal” acaba provocando associações imediatas com o antigo jogo do “bicho”. Porém, a iniciativa estadual não possui ligações com tal prática clandestina, a qual, aliás, também surgiu em um contexto de “salvação” dos animais.
No fim do século XIX, Barão Drummond, fundador do Jardim Zoológico do Rio, com o intuito de aumentar seu faturamento, após a perda de um subsídio imperial ao local, criou o jogo do bicho. A loteria ilegal logo se espalhou pelo Rio e pelo país, causando violentas disputas por território.
Anos depois, uma proposta que pretende legalizar o jogo do bicho – além de outros jogos de azar, como os cassinos – tramita no Congresso. O projeto de lei já foi aprovado na Câmara dos Deputados e seguiu para apreciação no Senado.