Por David Arioch
A ministra da Agricultura Tereza Cristina se reuniu ontem com o ministro da Agricultura da Indonésia, Amran Sulaiman, para discutir a abertura do mercado de carnes brasileiras para o país asiático.
A ministra disse que o Brasil tem condições de suprir a demanda por proteína animal da Indonésia, que é um país bem mais populoso que o Brasil.
“É um país que tem 270 milhões de pessoas. Se você somar o Vietnã e Indonésia, teremos um mercado de quase 300 milhões de pessoas que podem consumir vários produtos do agro brasileiro”, disse Tereza Cristina, acrescentando que o Brasil tem condições de vender carne a preços mais baixos que a Austrália.
Como 87% da população da Indonésia se identifica como muçulmana, caso o país concorde em se abrir mais para o mercado de carnes brasileiras, as exportações devem atender aos preceitos do abate halal.
Nesse processo, o animal não passa por nenhum suposto procedimento de insensibilização e recebe um corte no pescoço em movimento de meia-lua, que culmina no corte dos três principais vasos – jugular, traqueia e esôfago.
Esse tipo de abate, assim como o kosher, tem feito parte de muitas discussões sobre “bem-estar animal” em diversos países. No início do ano, por exemplo, a região de Flandres, na Bélgica, aprovou a proibição de abates halal e kosher, sob a justificativa de que como os animais não são submetidos a nenhum método de insensibilização, o sofrimento é ainda mais evidente.
De acordo com Ali Saifi, diretor-executivo da Cdial Halal, empresa de referência em certificação halal, até 2020 o Brasil tem condições de ampliar as exportações de carne halal em pelo menos 60%. Atualmente o país exporta para 22 países de cultura predominante islâmica – o que representa mais de dois milhões de toneladas de carne halal.