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Governo australiano promove massacre contra cangurus

12 de abril de 2016
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Alamy
Foto: Alamy

No ano passado, 83.000 cangurus foram mortos em King Island (Austrália), e segundo reportagem da BBC, um homem foi responsável por matar 30 mil deles.

Os moradores da região se queixam de que os cangurus estão em uma super população, com um número de indivíduos entre 500 mil e um milhão.

O florescimento da população se deu devido ao grande número de pastos favoráveis, feitos apenas para bois e vacas criados para consumo humano.

A matança dos animais é patrocinada pelo governo da Tasmânia, sob a fachada de um programa de gerenciamento da população dos cangurus, coordenada pelo atirador Shane Keeler e notadamente visando aos interesses dos fazendeiros.

Ele conta que, quando era um garoto, matava dez cangurus; agora, ele mata entre quatrocentos e quinhentos animais em uma só noite.

O programa permite uma temporada de caça aos cervos aberta permanentemente, mediante a alegação de que isso é necessário para controlar os números da população.

Ativistas de direitos animais dizem que os cangurus e outros marsupiais, demonizados como “parasitas dispensáveis”, são frequentemente submetidos a tratamentos horrendos.

Ativistas dizem que maus tratos a cangurus são relativamente comuns no país. Foto: Lort Smith Animal Hospital
Ativistas dizem que maus tratos a cangurus são relativamente comuns no país. Foto: Lort Smith Animal Hospital

“Esse é o maior massacre de animais selvagens terrestres do mundo”, disse Elise Burgess, porta-voz da Voiceless, uma organização ativista de reflexão concentrada na matança dos cangurus.

“A Australian Bureau of Statistics estima que, nos últimos 30 anos, 90 milhões de marsupiais de grande porte tenham sido mortos para fins comerciais – leia-se, para consumo humano”.

A Voiceless trabalha pela implementação de pesquisas sobre controle de natalidade e o estabelecimento de corredores florestais, ao invés dos métodos letais.

Enquanto isso, o governo se gaba de promover uma forma de matança “apropriada”, na qual, segundo as suas diretrizes, os animais devem ser mortos “ou com um tiro no cérebro para morte instantânea, ou decapitados, ou ainda com uma pancada na cabeça”, segundo a reportagem da BBC.

Cangurus feridos que forem encontrados devem ser mortos “sem demora”.

Há todo um sistema de treinamento para ensinar aos fazendeiros a matar os cangurus.

Matança em larga escala

No ano passado, o estado de Victoria mais que dobrou a sua cota de cangurus a serem mortos em Eastern Grey, passando a 169.488 animais, extensível até 2018.

Em 2014, New South Wales (NSW) permitiu a caça comercial dos cangurus com a cota de 2.388.424 de indivíduos.

Em 2012, 5.249.678 cangurus foram mortos para consumo em NSW, Queensland, e Austrálias Meridional e Ocidental.

Neste ano, no entanto, a Califórnia (EUA) restabeleceu uma proibição sobre o comércio de produtos derivados de cangurus, tais como carne, alimentos para a animais e couro, interrompendo uma moratória de 2007 sobre a primeira proibição imposta em 1971 por motivo de observância “ao bem estar dos animais”.

Segundo a reportagem, 8 mil dos 83 mil cangurus mortos foram processados na ilha; os corpos dos demais foram deixados para apodrecer e “servirem de fertilizante”.

Além de tentar justificar a matança dos animais com o pretexto da superpopulação, Keeler – o responsável pela matança dos milhares de animais – ainda se refere aos cangurus como um incômodo para o tráfego. “Eles são um perigo para os veículos que dirigem entre o aeroporto e Cape Wickham, especialmente à noite”.

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