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GENOCÍDIO

Governo australiano determina extermínio de seis milhões de gatos selvagens em meio à crise ecológica 

Os gatos serão mortos com um veneno que causa uma morte agonizante, com convulsões e insuficiência cardíaca, em vez do governo investir em esterilização. 

8 de agosto de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Flickr/David Campbell

O governo australiano anunciou o uso de robôs assassinos para exterminar seis milhões de gatos selvagens no país sob a justificativa de proteger espécies nativas ameaçadas. O que as autoridades não destacam é que foram antigos governantes que introduziram os gatos no território e agora, em vez de assumir a responsabilidade histórica e buscar soluções éticas, optam por um genocídio.

Com investimento de 7,6 milhões de dólares australianos, os dispositivos autônomos, movidos a energia solar, detectam os animais e os envenenam com uma substância letal, um método cruel e ineficiente a longo prazo. Enquanto isso, alternativas humanitárias, como esterilização em massa e programas de controle populacional não letais, são ignoradas.

Os gatos, que foram introduzidos no país pelos humanos, inevitavelmente, têm causado alguns impactos na biodiversidade local. Mas mesmo que a proteção de espécies nativas sejam muito importantes, é necessário considerar abordagens que respeitem os direitos e o bem-estar de todos os animais.

Em vez de assumir a responsabilidade por seu erro histórico, o governo prefere jogar a culpa sobre os gatos. Esses robôs são uma solução preguiçosa e cruel, que ignora alternativas como captura, esterilização e realocação.

As autoridades alegam que os robôs são “seletivos”, poupando animais não-alvo, mas gatos domésticos ou outras espécies podem ser intoxicados acidentalmente, o veneno 1080 causa uma morte agonizante, com convulsões e insuficiência cardíaca e sem políticas de controle populacional, novos gatos continuarão nascendo.

Países como os EUA e o Reino Unido já demonstraram que programas de TNR (Captura, Esterilização e Retorno) reduzem populações de gatos sem matança em massa. A Austrália, no entanto, insiste em métodos brutais em vez de investir em cercas de proteção para áreas críticas de biodiversidade, fortalecimento de santuários para animais ameaçados e educação ambiental para evitar abandono de animais.

Enquanto o governo australiano trata vidas como números em um plano de erradicação, a sociedade precisa questionar até quando a “proteção” será usada como desculpa para violência institucionalizada? Austrália deve parar de punir os gatos por um problema que ela mesma criou.

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