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GENOCÍDIO

Governo australiano autoriza a morte de 11 mil cavalos selvagens

8 de janeiro de 2022
Vanessa Santos | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Cerca de 11 mil cavalos serão mortos pelo governo de Novas Gales do Sul, na Austrália. O plano das autoridades é exterminar 80% da população desses animais no Parque Nacional Kosciuzko, por serem consideradas como espécie invasora.

A alegação dos representantes do governo é que os cavalos selvagens não tem predadores naturais na região e ameaçam o equilíbrio do ecossistema local. Hoje existem mais de 14 mil cavalos no parque. Se aprovado, o projeto reduzirá esses animais a apenas três mil indivíduos, que muito provavelmente ficarão traumatizados por presenciar o genocídio.

Jamie Pittock, da Universidade Nacional Australiana, é a favor da medida e alega que anualmente a população desses animais aumenta até 20% dentro da reserva. “A menos que sejam controlados, esses cavalos vão provocar danos ambientais incalculáveis. As plantas e os animais da Austrália evoluíram ao longo de centenas de milhões de anos sem serem esmagados por animais de 400 quilos. Ninguém gosta de abater cavalos, mas infelizmente essa é a melhor das piores soluções”, opina o professor.

Movimentos em defesa dos direitos animais são pontualmente contrários às medidas adotadas pelo governo e vem promovendo abaixo-assinados e outros projetos para conter a realização da morte em massa desses cavalos. O plano apresentado pelas autoridades é controverso, e mesmo no Parlamento não é consensual, apresentando grande rejeição da população australiana.

No mês de dezembro, uma campanha foi lançada à nível nacional para evitar que a tragédia aconteça. Diversas entidades de proteção animal se uniram para defender os brumbies, como é conhecida essa espécie de cavalo, que tem se desenvolvido livremente na Austrália nos últimos anos.

O grupo “Advocating for Australian Brumbies” (“Defendendo os Brumbies australianos”, em tradução livre) pretende proibir a morte a tiro dos animais e impor o respeito pelas normas do regulador nacional para a gestão animal. O grupo sugere antes um plano de deslocalização dos cavalos com recompensas para quem aceitar acolher os animais.

Nota da Redação
: ambientalistas e autoridades sanitárias usam métodos arcaicos para realizar o controle populacional de espécies invasoras em determinados ecossistemas. Ao invés de matar animais livres e inocentes, as esferas governamentais têm que trabalhar em conjunto para manejar da maneira correta uma espécie quando ela surge em um novo habitat, e não promover a hostilidade contra os animais. A ética rasa e o despreparo de governantes para lidar com questões ambientais, condena muitas vidas a um triste fim, quando na verdade, outros interesses se escondem por trás dessas medidas, como no caso da Austrália, que promove a caça que, por sua vez, abriga os interesses comerciais das indústrias bélicas.

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