Centenas de inuits, comunidade indígena que antes era conhecida como esquimó, estavam presentes no festival, que ocorreu semanas depois de a União Europeia (UE) ter aprovado uma proibição de derivados de foca canadenses.
Quando jornalistas perguntaram se o ato de comer o coração da foca era uma resposta à UE, a governadora respondeu: “Tirem suas próprias conclusões”.
Uma porta-voz da UE disse que o episódio foi “bizarro demais para ser levado em conta”.
A governadora-geral do Canadá é a representante da Rainha Elizabeth 2ª (a chefe de Estado do Canadá) e exerce as funções de chefe de Estado no país. É a ela que o primeiro-ministro presta juramento ao tomar posse do governo, mas seu papel é basicamente simbólico.
Caça
O Parlamento europeu votou a favor da proibição aos produtos de foca canadenses em protesto contra os métodos de caça comercial de foca.
O povo inuit está isento da proibição, mas muitos temem que a medida tenha, inevitavelmente, efeito negativo sobre seu meio de vida.
As autoridades afirmam que a caça de focas é o principal meio de vida para cerca de 6 mil pescadores do Atlântico Norte.
O governo autorizou a caça de mais de 300 mil focas este ano, mas a indústria pesqueira afirma que apenas cerca de 65 mil focas vão ser mortas, já que a queda no preço da pele significa que haverá menos caçadores interessados nesta temporada.
Grupos de defesa dos direitos dos animais afirmam que o método usado pelos caçadores – que matam os bebês de foca a cacetadas – é “bárbaro”.
A proibição votada na UE ainda precisa ser aceita pelos ministros europeus para entrar em vigor, mas a expectativa é de que seja imposta antes do início da temporada de caça de 2010.
“Como matar uma foca”
Em 2009, o governo canadense inovou e lançou uma série de vídeos explicativos sobre as regras e os motivos para liberar a prática, que neste ano deve levar à morte cerca de 250 mil das 5,6 milhões de focas do país. Entre os vídeos, está um sobre como matar focas corretamente.
O governo defende a prática tanto com argumentos econômicos como pelo direito do povo inuit, do nordeste do país, mas muitos a consideram violenta demais. Se você ainda não viu as imagens, clique aqui.
Fonte: BBC Brasil