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COMPORTAMENTO

Golfinhos são vistos usando esponjas como chapéus

A escolha, além de estilosa, é romântica: segundo pesquisadores, os chapéus-esponja são para chamar a atenção de fêmeas.

12 de novembro de 2025
Manuela Mourão
4 min. de leitura
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Foto: WA Parks e Wildlife Service/Reprodução

Sob as águas da Península de Burrup, na costa noroeste da Austrália, cientistas registraram uma cena que parece saída de um desfile de moda… subaquático: golfinhos machos usando esponjas do mar como se fossem chapéus coloridos e elaborados. 

O comportamento foi observado por pesquisadores do Department of Biodiversity, Conservation and Attractions (DBCA) e está intrigando biólogos marinhos e etólogos.

Segundo a equipe, os golfinhos-corcunda-australianos (Sousa sahulensis) parecem usar as esponjas como oferendas amorosas para impressionar potenciais parceiras. “Os golfinhos-jubarte machos usam esponjas marinhas na cabeça como oferendas para ‘conquistar’ as fêmeas, algo semelhante a oferecer um buquê de flores”, explica o DBCA em uma publicação no Instagram.

Os pesquisadores observaram a cena na Flying Foam Passage, parte do Arquipélago Dampier, uma região isolada e rica em biodiversidade. As esponjas variavam em tamanho, forma e cor, mas todas compartilhavam um mesmo propósito: capturar a atenção das fêmeas.

O uso de esponjas não é completamente novo entre os golfinhos: golfinhos-nariz-de-garrafa já foram vistos usando-as como ferramentas para proteger o focinho enquanto procuram alimento no fundo do mar e orcas foram vistas usando salmões mortos como chapéu. No entanto, a combinação dos dois elementos (o chapéu e a esponja) parece ser inédito, sem paralelo em outras partes do mundo.

Reconhecidos como uma espécie distinta apenas em 2014, os golfinhos-corcunda australianos estão classificados como vulneráveis, com menos de 10 mil adultos estimados. A perda de habitat e a degradação costeira, especialmente nas áreas afetadas pela expansão das indústrias de petróleo e mineração no noroeste australiano, representam ameaças significativas à sua sobrevivência.

Por isso, se o comportamento excêntrico tem como objetivo a reprodução da espécie, que comece a Semana de Moda dos Mares. 

Fonte: SuperInteressante

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