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ESTADOS UNIDOS

Golfinhos são explorados em bases militares e caso levanta questionamento sobre cativeiro e abusos

5 de dezembro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Naval Under Sea Museum

Reconhecidos por sua inteligência, sociabilidade e sensibilidade, os golfinhos têm sido alvo de exploração militar desde a década de 1960. Apesar de seu comportamento cativante, esses mamíferos marinhos são submetidos a intensos treinamentos para missão militar, como vigilância e remoção de minas, muitas vezes em condições que ignoram suas necessidades naturais e bem-estar.

O Programa de Mamíferos Marinhos da Marinha dos EUA (NMMP) mantém cerca de 85 golfinhos e leões-marinhos confinados e treinados para proteção de instalações estratégicas, como depósitos de armas nucleares. Sua extraordinária habilidade de ecolocalização permite detectar objetos em águas turvas ou rasas, onde as tecnologias humanas falham. Contudo, o preço dessa eficácia é a privação de liberdade e o estresse imposto aos animais.

Ao longo dos anos, golfinhos participaram de missões perigosas, como a proteção de navios militares na Guerra do Vietnã e a remoção de minas no Golfo Pérsico. Na invasão do Iraque, em 2003, eles desempenharam um papel crucial na limpeza do porto de Umm Qasr. A Rússia, por sua vez, também mantém programas similares, intensificados após a anexação da Crimeia, em 2014.

A utilização desses animais para fins militares é alvo de forte oposição de organizações de defesa dos direitos dos animais. Os críticos apontam que os golfinhos são mantidos em cativeiro, muitas vezes em instalações convidativas, sendo obrigados a cumprir tarefas que colocam suas vidas em risco. Além disso, a natureza coercitiva dos treinamentos contrasta diretamente com sua sensibilidade e capacidade de sofrer emocionalmente.

O recente caso de uma beluga encontrada morta na Noruega após interagir com humanos e portar um suporte de câmera, ligado ao programa militar russo, reforça as preocupações éticas e de bem-estar.

Foto: Naval Under Sea Museum

A exploração militar de golfe expõe um dilema profundo entre avanços tecnológicos e o respeito à vida animal. Embora os líderes militares destaquem a eficiência desses mamíferos em operações, a questão ética de utilizá-los como “ferramentas vivas” continua em debate.

Golfinhos são seres altamente sensíveis, capazes de formar laços sociais complexos e demonstrar emoções. Submetê-los ao cativeiro e às missões militares é ignorar sua natureza e infligir sofrimento físico e psicológico em nome de interesses humanos.

Para uma sociedade que busca avanços éticos, é essencial abandonar práticas que transformem seres sencientes em instrumentos de guerra. A abolição de programas militares que utilizam golfinhos e outros animais é um passo urgente rumo à construção de um futuro mais compassivo e respeitoso com todas as formas de vida.

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