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POLUIÇÃO

Golfinhos encontrados mortos em praia do litoral de SP ingeriram lixo e material de pesca

30 de março de 2023
2 min. de leitura
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Foto: Instituto Gremae

Os exames feitos em doze golfinhos encontrados mortos na Praia do Indaiá, em Bertioga, no litoral de São Paulo, apontaram que os animais ingeriram restos de lixo, como a borracha de vedação de garrafas, e pequenos fragmentos de linha e rede de pesca.

Os animais da espécie Pontoporia blainvillei, popularmente conhecido como toninha, foram encontrados na faixa de areia por técnicos do Instituto Gremar, na última quinta-feira (23). Todos os animais foram encaminhados ao Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, do Guarujá, na cidade vizinha, para a realização de exames de necropsia.

Segundo o Gremar, os exames também apontaram que alguns animais também apresentavam lesões no rosto, o que sugere captura acidental em redes de pesca, principal ameaça a essa espécie. Além disso, todos os golfinhos apresentaram congestão e edema pulmonar, o que indica afogamento.

A equipe ainda constatou que três das oito fêmeas encontradas estavam grávidas, com fetos ainda em estágio inicial de desenvolvimento, e uma delas em período de lactação.

Foto: Instituto Gremae

Encalhes recentes

De acordo com o Gremar, desde janeiro de 2023, 53 toninhas encalharam no mesmo trecho. De janeiro a dezembro de 2022, foram registrados 110 encalhes de golfinhos da espécie toninha e todos em óbito, também no mesmo local.

O trecho é monitorado pelo Instituto Gremar em ações do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), nas cidades de Bertioga, Guarujá, Santos e São Vicente.

De acordo com o Instituto, os fatores que mais afetam a sobrevivência desses animais são: interação com redes de pesca, a poluição das águas e a sobrepesca, que reduz a disponibilidade de alimento e a poluição sonora causada pela intensa atividade portuária.

A espécie

O Gremar explicou que a ‘toninha’ é uma das menores espécies de golfinho do mundo, ocorrendo apenas na América do Sul, entre o Espírito Santo, no Brasil, e o Golfo San Matias, na Argentina. Além disso, está sendo considerada a mais ameaçada do Brasil entre os golfinhos.

As fêmeas têm apenas um filhote a cada um ou dois anos e a gestação dura aproximadamente 11 meses, o que é considerado um longo período quando se trata de recuperar as populações.

Fonte: G1

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