Nas últimas semanas, tem sido comum banhistas e pescadores em praias do litoral da Paraíba flagrarem golfinhos em áreas próximas à costa. Como trouxe o ClickPB, um dos episódios mais recentes ocorreu na praia do Cabo Branco, em João Pessoa e também na praia das Trincheiras, em Baía da Traição. Mas, afinal o que explica este fenômeno?
O ClickPB apurou que tais animais podem ser vistos com frequência em áreas onde há disponibilidade de alimento. A informação é da bióloga Isis Chagas de Almeida, técnica ambiental do Projeto Viva o Peixe-boi-marinho.
“A movimentação desses animais está diretamente ligada à disponibilidade de alimento, já que áreas com abundância de recursos costumam atrair grupos de golfinhos para alimentação e outras interações sociais”, detalhou a bióloga ao ClickPB. Segundo ela, por isso em praias como Cabo Branco, Trincheiras e outra do litoral da Paraíba banhistas têm encontrado tais animais, já que tais regiões “fazem parte da área de ocorrência natural da espécie”.
Ao longo dos 138 quilômetros de costa e das 55 praias, o golfinho mais observado é o boto-cinza. Conforme a bióloga, o boto-cinza (espécie Sotalia guianensis) vivem em água salgada ou estuarina (foz dos rios). Eles estão distribuídos desde o litoral de Santa Catarina, no Sul do país até Honduras, na América Central.
“Esses animais costumam ser avistados em grupos de dois a 15 indivíduos, exibindo comportamentos diversos, como deslocamento, busca por alimento (forrageio) e comportamentos aéreos, incluindo saltos”, disse ao ClickPB a bióloga.
Como é feito o monitoramento de golfinhos na Paraíba
No estado o monitoramento de golfinhos é conduzido por meio da Fundação Mamíferos Aquáticos, por meio do projeto Viva o Peixe-boi-marinho (FMA). A ação observa, por exemplo, a população de botos-cinza na área da foz do rio Mamanguape, entre os municípios de Rio Tinto e Marcação, no Litoral Norte do estado.
O projeto conta com o patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, além do apoio do ICMBio, responsável pela gestão da APA.
O que fazer ao encontrar um golfinho
Segundo a bióloga Isis Almeida, a orientação ao encontrar um golfinho é manter uma distância segura. “É recomendável manter uma distância segura e apenas os observar, evitando qualquer tipo de interferência em seu comportamento natural”, detalhou.
Em situações de encalhes, sejam de animais vivos ou mortos, a população não deve tentar devolvê-los à água nem se aproximar.
“Mesmo com boas intenções, essas ações podem prejudicar os animais ou atrapalhar o manejo adequado. É essencial acionar especialistas para o atendimento”, explicou a bióloga ao ClickPB.
Fonte: ClickPB