Um golfinho da espécie nariz-de-garrafa tem encantado turistas e moradores de Veneza, na costa italiana, ao nadar livremente pela lagoa e até se aproximar da Praça de São Marcos. Batizado de Mimmo, o animal tornou-se uma sensação local, atraindo curiosos e passeios de barco improvisados para tirar selfies. Mas o sucesso repentino acendeu um alerta entre ativistas e especialistas, que temem que o mamífero marinho acabe ferido pelas hélices de embarcações que cruzam a área diariamente.
Mimmo foi visto pela primeira vez em junho, por Manuel Tiffi, motorista de táxi aquático, que relatou que o golfinho costumava nadar “bem à frente da proa” dos barcos. Segundo ele, os pilotos começaram a avisar uns aos outros para redobrarem o cuidado, mas o animal parece não demonstrar medo. Em contrapartida, alguns turistas e navegadores têm se aproximado demais — e há relatos de pessoas que jogaram objetos na água ou perseguiram o golfinho para registrar vídeos e fotos.
A preocupação levou a ativista Cristina Romieri a lançar a campanha “Salvem o golfinho”, pedindo que o animal seja guiado de volta ao mar aberto.
“Mimmo não é uma atração turística, é um animal selvagem que precisa de um ambiente mais seguro”, disse Romieri, explicando que o movimento intenso de táxis e barcos no canal de São Marcos representa perigo constante para o golfinho.
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Equipes do CERT — grupo de resposta a emergências marinhas ligado à Universidade de Pádua — e a guarda costeira italiana monitoram o comportamento de Mimmo e tentam encontrar uma forma segura de orientá-lo de volta ao mar Adriático. As autoridades pedem que os navegadores mantenham ao menos 50 metros de distância caso avistem o animal.
Segundo o pesquisador Guido Pietroluongo, do CERT, é comum que alguns golfinhos se separem de seus grupos em busca de alimento. “A lagoa tem muitos peixes e condições parecidas com as do mar. Mimmo está ali porque encontra comida”, explicou.
Apesar da adaptação aparente, o especialista reforça que a curiosidade humana é o maior risco. “As pessoas veem o golfinho como amigo, mas ele é um animal selvagem. O importante é não perturbá-lo.”
Fonte: Um Só Planeta