Por Real Moraes / Redação ANDA
Em um vídeo recente, um golfinho flutua na superfície de um cercado de apenas um metro quadrado – ele parece estar morto. Depois de um certo tempo, o golfinho muda de posição – ele está vivo, mas profundamente deprimido.
O vídeo foi gravado no Taiji Whale Museum, um lugar em Taiji, Japão, onde cetáceos são mantidos em tanques minúsculos e cheios de cloro, ou em pequenos cercados com água do mar a alguns metros do oceano.
Mais do que isso, estes animais marinhos testemunharam o assassinato brutal e sangrento das suas famílias. Todos os anos, caçadores locais encurralam bandos de golfinhos selvagens em uma enseada, batendo hastes de metal contra os lados de seus barcos eles criam uma parede de som que desorienta e prende os golfinhos.
Uma vez que os caçadores agrupam os golfinhos na enseada, eles escolhem os de melhor aparência, que serão vendidos para cativeiros na indústria do entretenimento, enquanto os demais são assassinados para o consumo de suas carnes.
A Sea Shepherd Conservation Society enviou membros da sua equipe para Taiji, pelo décimo quarto ano. O capitão Jessie Treverton, líder da campanha do Sea Shepherd na enseada, tem gerenciado um grupo de voluntários que registram imagens e vídeos secretos da caça aos golfinhos, bem como dos animais do Taiji Whale Museum – inclusive o apático golfinho do vídeo.
“Eu realmente pensava que o golfinho estava morto assim que cheguei,” diz Treverton ao The Dodo. “Estava sem se mover por bastante tempo. Ele parece totalmente deprimido, é doloroso de assistir.”
Apesar de Treverton dizer não saber a história completa deste golfinho em particular, este deprimido animal deve ter sido capturado neste ano ou em alguma caçada recente na enseada. Este golfinho irá viver o resto de sua vida em cativeiro, sendo forçado a realizar truques e entreter espectadores em um show de golfinhos – o Taiji Whale Museum também oferece aos visitantes pagantes a oportunidade de alimentar ou nadar com os golfinhos, na mesma enseada onde geralmente é espalhado o vermelho do sangue derramado durante caçada.
“Eu tenho navegado profissionalmente nos oceanos do mundo por quase vinte anos e nunca tinha visto um golfinho se comportar deste jeito ou parecer tão profundamente deprimido,” diz Treverton. “Na natureza, golfinhos parecem tão felizes e cheios de alegria de viver, mas este, e outros nos tanques do Taiji Whale Museum, aparentam estar profundamente deprimidos. É como se eles tivessem perdido a vontade de viver.”