Pesquisadores do “Institute of Food Technology” – (ITAL) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com o “Fraunhofer IVV Institute in Germany”, desenvolveram um alimento para substituir a carne feito à base de farinha de girassol. A inovação, rica em proteínas, minerais e gorduras saudáveis, foi criada como uma alternativa vegetal sustentável e de sabor suave.
De acordo com os pesquisadores, a escolha do girassol tem relação direta com fatores ambientais e econômicos. Entre eles, o fato de não utilizar variedades transgênicas e estar em expansão no Brasil. Além disso, a planta atende à crescente demanda global por proteínas vegetais sustentáveis e de baixo impacto ambiental.
Para a análise, foi realizada a extração das sementes. A partir daí, a farinha que sobra passa por um processo de refinamento para remover as cascas, trazer ao ingrediente sabores e aromas mais neutros e também remover os compostos fenólicos, substâncias que atrapalham a absorção dos nutrientes.
Com essa matéria-prima já limpa, os pesquisadores desenvolveram duas versões. A primeira incluía farinha de grãos torrados, enquanto a segunda era feita com proteína texturizada da planta. Ambas continham ingredientes como tomate, óleos de linhaça, de girassol e também azeite.
Modeladas em pequenos hambúrgueres e submetidas a testes sensoriais e físico-químicos, as misturas apresentaram desempenho satisfatório, com destaque para a versão texurizada, que apresentou maior teor proteico e gorduras benéficas, como ácidos graxos, monoinsaturados e minerais.
O estudo amplia o entendimento sobre o uso do girassol na alimentação e reforça seu potencial nutricional. A expectativa é que as descobertas incentivem a criação de produtos comerciais à base de girassol e ampliem o papel da planta na cadeia de alimentos sustentáveis.
Fonte: Revista Fórum