Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
O documentarista David Hamlin ainda se recorda da adrenalina que sentiu quando sobrevoava o Parque Nacional Garamba, da República Democrática do Congo, no final de junho e viu três girafas.
“Ver estas girafas do ar foi realmente emocionante”, disse Hamlin, segundo a National Geographic. Garamba é enorme e possui quase 5.180 quilômetros quadrados. Por isso, é raro se deparar com qualquer uma das 40 girafas que vivem ali.
Porém, a alegria de Hamlin ao ver e fotografar as girafas não durou muito tempo. Doze horas depois, os guardas florestais relataram ter ouvido tiros e, mais tarde, foram descobertos três corpos de girafas crivados de balas apodrecendo sob o sol.
Por isso, Hamlin decidiu documentar a repercussão desta tragédia para aumentar a conscientização sobre a caça no parque gerido pela organização sem fins lucrativos Parques Africanos juntamente com o Instituto Congolês para a Conservação da Natureza, uma agência governamental.
Garamba é o segundo parque nacional mais antigo da África e tem sido duramente atingido pela caça nos últimos anos enquanto os conflitos civis aumentam na região.
Os rinocerontes do local foram assassinados, e os elefantes sofreram perdas enormes em sua população. O mesmo ocorreu no caso das girafas Kordofan, uma das nove subespécies de girafas da África.
Atualmente, há menos de duas mil girafas na África Central, de acordo com Julian Fennessy, co-diretor da Fundação de Conservação de Girafas, uma organização sediada na Namíbia.
As girafas de Kordofans que vivem em Garamba são a última população destes animais na República Democrática do Congo. “Se esta população cair pela metade, então a situação será ainda mais terrível. Cada girafa é extremamente valiosa”, disse Fennessy.
Os congoleses normalmente matam as girafas por seus rabos, considerados um símbolo de status em algumas comunidades. Os três corpos de girafas encontrados em Garamba estavam intactos e faltavam as extremidades de seus rabos.
Enquanto isso, os homens do vizinho Sudão do Sul matam girafas por sua carne para alimentar os moradores mais pobres.
De acordo com Leon Lamprecht, diretor de operações do Parques Africanos, os homens “usam o rabo da girafa como um dote ao pai da noiva quando a pedem em casamento”.
Uma das girafas mortas tinha uma coleira para ser rastreada por satélite e estava sendo monitorada pelos guardas florestais de Garamba,