A girafa Kim, retirada de um circo de Brasília e transferida para o Parque Zoológico de Goiânia, morreu envenenada por chumbinho. É o que mostra o resultado de exame toxicológico realizado pelo Hidrocepe Laboratório de Análises Físico-Químicas de Belo Horizonte. O laudo apontou a presença de um agrotóxico de alta toxicidade no estômago do bicho, o carbanato Aldicarb. O laudo reforça as suspeitas de que a morte da girafa tenha ocorrido em consequência de uma ação criminosa.
O delegado Luziano Severino de Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), responsável pela investigação policial que apura a sequência de mortes no zoológico, informou ao Popular que reabriu o inquérito sobre o caso, em razão do resultado desse exame. Ele considera extremamente grave o fato de resíduos de um produto cuja comercialização é proibida no Brasil terem sido encontrados no organismo do animal.
“Em hipótese nenhuma esse tipo de substância poderia ter sido encontrada nas vísceras do animal”, sustentou o delegado.
Conforme o laudo assinado pelo patologista Jorge Barquete, do Laboratório Hidrocepe, a quantidade de chumbinho encontrado no estômago da girafa corresponde a 0,155 ppm (partes por milhão).
Nos próximos dias, o atual e o ex-diretor do Zoológico, Raphael Cupertino e Willian Pires de Oliveira, respectivamente, além de tratadores e zootecnistas do parque, deverão depor. Também foram convocadas pessoas ligadas ao Le Cirque, de Brasília, onde as girafas Kim e Tico viviam até serem transferidas, por determinação judicial, para o Zoológico de Goiânia sob as suspeitas de que eram vítimas de maus-tratos no circo. Tico morreu dois meses antes de Kim.
Fonte: O Globo
Nota da Redação: O que poderia ser mais triste para este animal que foi durante toda a sua vida explorado em um circo e posteriormente em um zoológico? Um crime bárbaro por envenenamento. Até quando seremos tolerantes com a exploração de animais e a crueldade humana?